De família tradicional da política goianense, filho do ex-vereador Antônio Nelson, ex-conselheiro tutelar de Goiana, segundo mais votado para vereador na eleição de 2020 com 1.292 votos e torcedor apaixonado pelo Náutico Futebol Clube.
O Radar Político365 entrevistou o vereador e líder do governo na Câmara Municipal, Alexandre Carvalho (PSB). Confira abaixo:
Radar: Como você avalia os primeiros dozes meses de sua atuação parlamentar na Casa José Pinto de Abreu?
AC: A gente vem desenvolvendo um trabalho com muitas ações mostrando que essa procuração que o povo de Goiana me deu por 1.292 eleitores que foram as urnas me elegerem como vereador com muita luta e muito trabalho na defesa dos interesses da nossa população para se fazer uma Goiana melhor.
Radar: Você teve uma votação marjoritária na comunidade da praia de Carne de Vaca. Qual indicação que acredita que o seu mandato mais se dedicou a contribuir para melhorar a vida das pessoas naquela localidade?
AC: Lá em Carne de Vaca fomos marjoritário, sendo o vereador mais votado daquele distrito, além de ser bem votado em Atapuz, em Ponta de Pedras tendo uma votação razoavelmente boa nestas localidades e quando eu digo que a assumi o compromisso de ser vereador de Goiana, temos que abranger todos os recantos da cidade. Até porque fomos votados em toda Goiana, mas em Carne de Vaca a gente vem desenvolvendo um trabalho maior porque foram compromissos firmados na campanha a temos uma responsabilidade muito grande naquele distrito com vários amigos e eleitores. Tenho esse entendimento que é um distrito belíssimo, uma praia turística e que é mal aproveitada e temos que buscar recursos para essa praia desenvolver. O primeiro deles em fevereiro, fizemos a indicação do retorno da balsa sendo pertinente e que envolveu nessa luta vários órgãos e instâncias sendo a Câmara de Goiana, a Prefeitura, Secretaria de Turismo de Pernambuco, a Secretaria de Turismo e Prefeitura de Pitimbu e Caaporã, onde tivemos uma reunião onde praticamente foi uma audiência pública com esses municípios na praia de Pitimbú onde foi encaminhado ao ICMBIO o desejo destes municípios para que a balsa voltasse. Sabemos que existe um imbróglio jurídico já que é uma reserva e que temos que esperar os tramites acontecerem. Eu esperava que já agora em janeiro a balsa tivesse voltado, mas infelizmente não aconteceu, porém, está bem próximo de termos essa conquista, pois sabemos que ali vai juntar dois pontos, Pernambuco e Paraíba sendo um elo numa alavancada no turismo e isso vai aquecer o mercado local.
Radar: Em sua opinião, qual pauta tem sido na sua atuação parlamentar levantada como principal bandeira?
AC: Acho que todo o município e toda a sua gestão tem um tripé que é fundamental estar bem que é educação, saúde e segurança. Tenho feito várias indicações na área da saúde e vemos avanços como por exemplo o Centro de Referência da Mulher que foi aberto recentemente. Inclusive, tivemos participação ativa no projeto chamado Linda que é uma pré-mamografia e sabemos que o SUS disponibiliza cerca de 150 exames para o município de Goiana e como algumas mulheres vão fazer exames e ficam nessa fila de espera acaba sendo tarde de mais. Mas esse Projeto Linda conseguiu alavancar e trouxe um raio-x preliminar pra ver quem precisa mais rápido e quem tem uma situação de risco maior e temos isso em Goiana e em algumas UBS e a ideia da secretária Lícia Maciel é levar para todas as unidades de saúde. Tenho visto também um grande avanço na educação de Goiana, na minha opinião, o vice-prefeito e secretário Fernando Veloso vem fazendo um belíssimo trabalho, chego a dizer uma revolução na educação goianense. Inclusive a evasão escolar que em Goiana chegou a um ponto máximo e com Fernando isso vem acabando e mudando a cara da educação do município. Quanto a segurança, estou cobrando ao Estado, pois o mesmo é o responsável. Então, estamos seguidamente indo ao 3⁰CPM de Goiana junto ao Cel. Marcelo, agora como Cel. Flávio José, pois são pessoas comprometidas que a gente vem buscando esse entendimento.
Radar: Alexandre, você batalhou na Câmara junto com outros parlamentares sobre o auxílio emergencial para a classe artística, porém alguns ficaram de fora por não terem atendido a questões pontuais do edital de cadastramento. Como está o adiantamento dessa situação?
AC: Esse processo do auxílio é muito importante não só para os músicos, mas para toda categoria cultural de Goiana. Esse é um recurso municipal, que no meu entendimento, nós vereadores, devemos facilitar que as pessoas tenham esse direito atendido e de nenhuma forma complicar. Foi o que fizemos, na primeira leva foi quase a metade do valor disponível para o pagamento do auxílio. Não foi uma ação do vereador Alexandre Carvalho, mas sim de toda Câmara Municipal junto com o presidente, com as comissões e dos demais vereadores. Enviamos ao prefeito e a secretária de turismo a proposta que facilitasse a vida da classe cultural de Goiana e não voltasse para os cofres públicos, afinal o recurso tem que ser destinado a quem é de direito que é povo goianense. Indicamos o advogado Rodrigo Augusto que foi a reunião na Prefeitura onde fizeram um novo edital e está prestes a ser pago e irão ser contemplados todos esses músicos muito em função da Casa José Pinto de Abreu que articulou. Por isso, tenho muito orgulho de dizer que eu fui parceiro da classe artística e cultural. Nessa luta participei de várias reuniões paralelas com toda classe artística e cito até no Espaço Verde onde estavam todos os interessados e 11 vereadores, sempre reforço a importância de todos nesse processo. Devemos ser um colegiado forte, o vereador deve estar forte em todas as instâncias. Temos procurado colegiar às decisões para que todos tenham seu papel de destaque.
Radar: Você relatou que a Câmara tem procurado trabalhar junto a Gestão, mas você foi eleito numa coligação que não estava no apoio do prefeito Eduardo Honório (PSL), contudo você apoiou outra candidata. Porém, com o passar do tempo você mostrou uma articulação e hoje está na base do governo liderando todo esse processo. Como você avalia essa transição que houve após a eleição de 2020 e o relacionamento hoje da Câmara com o atual prefeito?
AC: Eu costumo enxergar a política como algo de construção, a política eleitoral findou no dia 15 de novembro, a partir do dia 16 eu já sou vereador de toda Goiana e Eduardo Honório foi prefeito de toda Goiana. O palanque a partir daquele momento se encerra. Nós a partir do dia 16 tivemos que pensar em Goiana, quem é o prefeito? Quem é o vereador? Dessa forma devemos dar as mãos para trabalharmos juntos. O que podemos acompanhar nas gestões anteriores era uma situação de apartheid, porque a Câmara fazia, o Prefeito desfazia, e o Prefeito fazia e a Câmara desfazia, e quem sofreu com isso foi à população. O povo elege o seu representante para trabalhar por Goiana e para Goiana a política eleitoral se encerra e começa um novo ciclo, um ciclo de construção. Eu enxerguei em Eduardo, não só eu, mas toda a população, que foi eleito de forma massiva tendo vinte e cinco mil votos por pessoas que confiavam nele e nós como vereadores também demos nosso voto de confiança a ele. Em seguida, houve o convite por parte do prefeito Eduardo e aceitei como foi aceito, de forma unânime, por todos os vereadores, eu sinto que isso é um compromisso muito grande, pois é uma responsabilidade maior de unir poderes e poder colaborar com Goiana e acabar com essa questão de pensar por si só. Devemos pensar em uma Goiana para todos e temos que ir em busca de parceiros, seja no âmbito municipal, estadual ou federal porque quanto mais recursos tiver para Goiana, quanto mais tiver união mais o povo irá sentir na rua. É esse nosso pensamento, eu disputei uma eleição pelo PSB que na eleição apoiou a candidatura da ex-vereadora Olga Sena que é uma pessoa de qualidade incrível, tenho o maior respeito por Olga e não acabou o respeito e nem admiração que eu tenho por ela. Porém, Olga perdeu a eleição e ganhou a eleição foi Eduardo Honório e partir daquele momento a gente teve que enxergar ele como prefeito de todos e é isso que devemos buscar. Passei a eleição toda e desafio qualquer político de Goiana a chegar e dizer assim “Alexandre falou isso de mim”. Eu não faço política fazendo crítica a ninguém, eu faço política gerando ideias para meu povo e vou continuar assim a vida toda.
Radar: Acha que aquela forma de confronto entre o Poder Executivo com o Poder Legislativo ficou no passado ou pode acontecer novamente?
AC: Cada vereador é dono do seu mandato, cada vereador sabe da sua necessidade, sabe da sua luta, sabe do seu pensamento o que eu posso dizer é que aquela forma de política foi uma forma que não deu certo nem para a Câmara e nem para a Prefeitura. Hoje você ver a renovação, dez vereadores saíram e o prefeito voltou e voltou mudado de uma forma querendo construir, querendo ser ouvido e ouvir e foi nisso que a gente trabalhou para acontecer. No entanto, em política tudo pode acontecer inclusive nada.
Radar: Alguns colegas seus dizem que você tem mostrado habilidade política na liderança do governo. Como é conseguir, por exemplo, reduzir o ego inflamado de algum parlamentar e você tem que chegar junto e dizer “não é por aí”. Como tem sido esse caminho?
AC: A liderança do governo ou a liderança de qualquer seguimento na sociedade civil organizada requer o princípio básico chamado paciência, você tem que ouvir os dois lados, você tem que estar atento a toda situação para que você possa ser um elo de crescimento da união e existe divergências como também existe na família de qualquer ser humano. Dentro da família tem, quanto mais na política, quanto mais numa Câmara, quanto mais numa situação que exige Legislativo e Executivo, mas temos trabalhado com uma coisa chamada verdade, e tenho olhado no olho de todos eles. Ser líder do governo não quer dizer que a gente lá na frente ou agora aponte algo errado, temos essa dinâmica de apontar, agora apontar querendo melhorar, dizendo que quer trabalhar com melhora e não criando complô ou criando situações sobre grupos e grupos. O que vem crescendo muito na nossa política, na política goianense, é esse olho no olho. A gente tem uma relação direta com o prefeito, como também com os secretários, mas sabemos que não é fácil. Alguns vereadores se queixam por algumas vezes o porquê tal secretário não atendeu na hora marcada, por que tal secretário não realizou determinada atividade, mas sabemos da dificuldade. Goiana se você pegar o Enegenho Mussumbú a Barra de Catuama são sessenta quilômetros, é uma dimensão demográfica de problemas enormes e sabemos que todos estão comprometidos em ajudar. Por muitas, vezes não se pode resolver naquela hora, mas tenho sido um elo tentando resolver. Eu costumo fazer esse tipo de política, de dizer a verdade, de chamar a pessoa e dizer o que eu penso do que estar por trás criando situações. Então, o processo da minha liderança se deve isso, os vereadores entendem que Alexandre é uma pessoa humilde e uma pessoa honesta, digna, uma pessoa que não vai estar criando barreiras nem arestas com ninguém, assim como o prefeito me enxerga uma pessoa sincera que tem esse elo, que tem a vertente de estar junto dos seus pares falando a verdade. Eu acho que é isso que temos que conduzir sempre olhando para uma melhoria e é o que venho tentando fazer.
Radar: A sua relação com o prefeito Eduardo Honório durante esse primeiro ano sempre foi de calmaria e paciência ou já teve momentos quentes?
AC: Sempre tem, porém, todos eles foram bem resolvidos. O que não pode haver em política é você ter uma discordância hoje e depois estar pegando aquilo sempre como um norte para falar. Todas as situações que no meu entendimento achava que Eduardo não tinha agido da melhor forma, eu cheguei para ele falei como também na tribuna da Câmara. Em várias ocasiões, eu me coloquei do lado de alguns vereadores, apesar de que 100% da bancada é base, mas quando tinha alguma queixa eu seguia com essas queixas porque fazia pertinência e chegava para o prefeito e dizia “está acontecendo isso aqui e está errado e vai ter que corrigir” e ele entendia. Eduardo tem uma grande vantagem, ele é um cara humilde, ele vem de uma família humilde e ele sabe que humildade é um norte muito importante na vida do ser humano. Espero que continue sempre assim porque é importante para a gente trabalhar junto por Goiana e esse é o maior passo nosso, trabalhar por Goiana.
Radar: O ex-prefeito Osvaldo Rabelo no mandato passado, quando iniciou a gestão tinha por volta de 12 vereadores na base e 3 na oposição. Por outro lado, Eduardo começou o mandato de maneira mais confortável com os 15 vereadores na base. Acredita que em algum momento podem ocorrer fissuras que levem parlamentares a ir novamente para a oposição?
AC: A política é muito dinâmica, o dinamismo na política grande e eu acreditado que a unidade é o melhor caminho. Se algum vereador por ventura achar que não é direito do vereador seguir seu próprio caminho e criar essa situação que até hoje não foi posta em prática, vamos a mesa para discussão. Existem momentos que surge alguma insatisfação e que procuramos resolver da melhor forma até porque temos que deixar os interesses pessoais de lado. Você falou em Osvaldo Rabelo Filho e no meu entendimento foi a maior liderança de Goiana, pois ele tinha um amor e uma visão de Goiana muito grande, inclusive eu tenho muito orgulho disso do que vou te falar. Em 1990, trabalhei na Alepe e meu primeiro emprego foi ao lado de Osvaldo Rabelo Filho na Assembleia Legislativa, ele como deputado estadual acrescentou muito ao meu currículo os seus ensinamentos, porém na administração passada, algumas situações ele tomava atitudes fora do contexto e alguns vereadores achavam que não precisavam se submeter a aquele tipo de situação, então seguiram outros caminhos e vimos que alguns vereadores que bateram de frente se reelegeram, então o que mais desejo é a união e que os vereadores andem juntos de mãos dadas não só com o Executivo, mas como também o Estado, porém cada um ali segue o caminho que desejar. A gente não tem aquela força de dizer o domínio é nosso, não sou o dono da Câmara, apenas um líder.
Radar: Honório iniciou o mandato com o caráter muito forte de continuidade, visto que várias obras são do governo anterior. Na sua avaliação, como Honório tem feito essa condução? E o atendimento das demandas dos vereadores e inclusive as suas tem saído?
AC: O prefeito como eu já falei aqui, é um cara humilde e ele enxerga em Osvaldo Rabelo Filho como seu pai político. Então, ele atua como se Osvaldo Rabelo Filho tivesse ali do lado dele porque ele tem um respeito muito grande pela memória do ex-prefeito que o colocou na situação que se encontra. Eduardo não era político, Eduardo era querido por todo mundo, Eduardo sempre foi popular, mas quem colocou ele na política e lançou ele politicamente foi Osvaldo Rabelo Filho. Essa é a forma mais natural do mundo e ele tem essa gratidão. Eu enxergo que foi um ano muito difícil porque vem de pandemia, com muitas mortes, e isso tudo acho que foi um teste de fogo para ele, mas conseguiu superar. Teve ocasiões que ele teve que bater o pé e gritar, como foi o caso da UPAE quando reabriu, como foi ocasiões que ele teve que bater na mesa e ser duro e isso é uma coisa natural de um gestor, pois tem ocasiões que ele tem que ser bastante duro para poder avançar. Agora, os avanços estão acontecendo, Goiana passou esse tempo todo e nunca teve uma creche, hoje a gente tem 3 creches em construção e para você ver como é a harmonia da Prefeitura e Câmara, Eduardo tem a prerrogativa como primeiro mandatário do município de escolher o nome das creches e ele escolheu apenas de uma que é a de Flexeiras sendo a creche Osvaldo Rabelo Filho, a 2ª ele facultou a Câmara Municipal de Goiana e foi escolhido o nome do pai do presidente da Câmara, Zé Batista e a 3ª, eu tenho muito orgulho de dizer isso, foi indicação minha desse nome que aqui próximo a minha residência, que é aqui no antigo Matadouro na rua Bom Jesus, e que naquele momento enxergou que seria uma homenagem realmente muito dignificante para Goiana colocar o nome de Carlos Viegas. Porque Carlos Viegas tem um trabalho enorme por Goiana, o irmão foi vereador várias vezes, o filho está no 4º mandato, ele como defensor público desenvolveu um trabalho muito grande em Goiana. Faleceu de Covid-19 num momento muito duro, no momento de eleição e a gente achou que seria uma situação de apaziguar a dor do nosso colega Carlinhos indicando o nome do pai dele para essa creche e Graças a Deus foi aprovado por unanimidade. As três creches hoje de Goiana foram escolhida pelo colegiado os nomes, e eu acho que em nenhum outro tempo existiu isso. Afinal, isso se deve a essa harmonia que não é forçada, é uma harmonia de gente disposta a dialogar e dizer o que tua acha o que eu acho e chegar num denominador comum.
Radar: Quando as empresas do Polo Automotivo foram chegando em Goiana a principal queixa era que Goiana não tinha pessoas capacitadas para serem inseridas no mercado. O que o governo poderia fazer para melhorar essa situação?
R: Eu acredito que o grande polo de capacitação aí são parcerias com o Sistema S, se você for hoje na escola do Senai você fica impressionado com o nível daquela escola de equipamentos e de tudo o mais. Eu tive a oportunidade de conhecer a unidade indo à inauguração e depois fui novamente, porque eu sou um vereador que gosta de estar na linha de frente. A gente tem um presidente da AD Goiana hoje chamado Carlos Torres Filho, popularmente conhecido como Carlito que vem fazendo um trabalho muito bom nessa área de capacitação. Você ver que recentemente Goiana foi contemplada com o Novo Atacarejo gerando aí 300 empregos diretos e fomos consultar junto aos diretores do Atacarejo dizendo “Goiana está aqui de braços abertos, agora emprega nossa povo” e hoje 90% das pessoas que trabalham ali é goianense, pois a gente tirou 300 pessoas que estavam paradas e hoje estão trabalhando. Então, o que é era um pecado antigamente? Eu digo isso porque eu vivi isso, eu tive que sair de Goiana para, eu sentir na pele e eu não queria ver isso para meus irmãos goianenses. Então, a gente hoje tem que buscar o ensinamento, a gente tem que preparar os nossos jovens e temos como preparar, principalmente com o Sistema S com Senai, Sest, com o Sesc Ler, com o Senac e com todos esses órgãos do Sistema S que é sem sombras de duvidas é um dos melhores aliados dos jovens do Brasil, é quem dá a mão aos jovens são essas pessoas. Temos cursos de tudo aí e existe a falta de conhecimento da população, em consequência a falta de interesse porque se o cara não conhece como ele vai ter interesse? E nós temos que despertar isso. Conversei com Carlos Torres sobre isso, mandei divulgar, ir vai para a rua, coloca carro de som e houve o AD Day que foi na Praça da Misericórdia divulgando sobre esses projetos, falando que o jovem tem isso, tem aquilo outro e lotou. Foi o primeiro passo e a gente quer dar vários passos sobre isso aí, porque sabemos que o cara quando ele estuda, quando ele trabalha, cresce.
Radar: Retornando para a pauta política, você mencionou que Eduardo teve que colocar a mão na mesa para que a UPAE ficasse aqui e Eduardo assim como Osvaldo Rabelo eram de oposição ao Governo de Paulo Câmara do PSB que é o partido no qual você é filiado. Por isso, tem uma máxima de Magalhães Pinto que diz que “a política muitas vezes é como uma nuvem uma hora está de um jeito e depois de outro”. Você acha que essa nuvem fez com que Eduardo hoje se tornasse mais próximo ao governador e mudasse a postura?
AC: Ele mudou a postura porque foi contemplado. A partir daquele momento Eduardo não era situação e nem oposição, Eduardo era Goiana e o governador era Pernambuco. Estava brigando para salvar o goianense e foi ouvido, como eu falei, a pessoa tem que construir pontes. Acabou a eleição, acabou partidos, acabou as diferenças porque tudo tem que ser no campo das ideias e do conhecimento, eu enxergo a política dessa forma. Evidentemente que exista ainda alguns políticos que param de falar propostas para falar de A, de B, e essa política não funciona mais e não é uma política bem vinda para a população. O que o cara, se não tem o que comer, o cara não tem um hospital para ir e tá lá o político A brigando com o político B e a cidade se acabando, isso não pode existir. Falei agora pouco sobre a questão de emprego em que várias pessoas tinham que sair de Goiana para poder estudar, se formar e crescer, agora eu vou falar sobre o nascer que é uma questão de Goiana, uma cidade polo, a começar a não ter goianense, porque falta política pública de saúde, temos que ter essa retomada do goianense ter que nascer em Goiana, os primeiros passos estão sendo dados através dessa união do Governo do Estado, da Prefeitura e da Câmara Municipal. Eu costumo colocar que cada um com a sua função, ninguém tem que ser pai de nada, Goiana tem que ser a mãe de tudo, esse é o ponto chave. Muita gente eu vejo quando acontece uma situação, diz foi eu que fiz, ninguém consegue fazer nada só, ninguém, tudo tem uma ajuda, uma colaboração e a gente vem buscando esse entendimento de colaboração, de ajudar o povo só isso.
Radar: O que você acha a respeito dessa postura que Eduardo tomou ao se diferenciar de seu mentor político, Osvaldo Rabelo, que por muitas vezes desferiu críticas e chegou até, de certo modo, a serem pessoais ao governador?
AC: É justamente o diferencial de uma pessoa humilde, de uma pessoa que sofreu na pele com arrogância, sofreu na pele por não ter nascido em berço de ouro, não ter tido o que muita gente tem, e começa a enxergar o próximo como ele com humildade, essa humildade nasceu com ele. Já Osvaldo Rabelo Filho com a situação política que ele encaminhou na vida, foi prefeito de Goiana 4 vezes e foi o deputado estadual mais votado de PE, chegou num determinado momento recente de 2016 pra cá que ele teve a conclusão realmente de que o comando de Goiana era dele e aqui ele fazia da forma que ele queria fazer e houve essa ruptura com o governo estadual, foi uma opinião dele. Depois, teve aquela briga toda do Paço da Heroínas que ele ali foi muito firme por Goiana, e hoje agradecemos porque naquele espaço iria se fazer um museu e hoje é a sede de nossa Prefeitura. Então, essas demonstrações de racha e de briga, Eduardo deixou claro que ficou para trás, que não vai acontecer com ele a parti do momento que o Governo do Estado der as mãos para trabalharem juntos.
Radar: E esse dando as mãos e trabalhando juntos significa apoio à reeleição do projeto do PSB?
AC: Eu não posso falar por Eduardo, mas os encaminhamentos se dão claramente para isso, eu enxergo que Eduardo hoje é base do governo Paulo Câmara, ele chegou a dizer, não sou eu que estou dizendo, foi ele que disse que em cima do palanque que Paulo Câmara foi o melhor governador da história de PE. Então, isso é um alinhamento político dele e eu enxergo que ele vai seguir o governador, para ele o caminho hoje é esse. Ele mesmo diz, não é o líder do governo que está falando, foram palavras de Eduardo.
Radar: E você segue naturalmente o projeto do PSB aqui em Goiana?
AC: Eu sou filiado ao PSB, ganhei uma eleição e fui o vereador mais votado do PSB em Goiana e estou no PSB, vou estar no PSB, vou seguir com o PSB, porém sem desconstruir nenhuma outra candidatura. Toda candidatura é bem vinda, toda outra candidatura tem o seu cunho a ser seguido, o meu é hoje o do governador Paulo Câmara.
Radar: Na sua avaliação de 0 a 10 o que Paulo Câmara representou para Goiana numa nota, se você pudesse avaliar?
AC: Eu acho que uma nota fica muito vazio, prefiro explanar, acho que Paulo Câmara foi muito falho com Goiana, principalmente, nessa área de vias da PE-75, na área hospitalar na qual ele vem corrigindo agora e a gente vai dar esse voto de confiança quando ele veio para o plano da retomada em Goiana liberando recursos para as obras. Acho que é uma coisa triste o goianense ter que sair daqui para ter que fazer uma prova de Detran em Timbaúba, não temos um pátio do Ciretran aqui e eu vou dizer, que pois estava lá, eu fui no terreno e fui o primeiro vereador a fazer isso. Fui lá, gravei um vídeo, mandei para meu deputado estadual Clovis Paiva, mandei para o meu candidato a deputado federal Clodoaldo Magalhães solicitando aos dois que o governador fizesse isso por Goiana e depois daquele meu clamor, Eduardo Honório se juntou a gente, também clamou, e junto do Industrial, hoje será construído o Ciretran. Falamos da necessidade desse povo sofrido de Goiana que fica ali no Gêmio Ponsa, vieram dar o título de posse ao povo de Goiana, o governador veio e deixou claro que título de posse é do povo. A pista que liga Goiana a Itambé, que na minha opinião, é a pior pista de PE é essa, ele veio e liberou a licitação já foi escolhido para se começar a obra. Então, são essas coisas que temos que dar esse voto de confiança, eu acho que o Paulo Câmara pela votação que teve em Goiana, pela representatividade que Goiana o deu, ele deveria ser mais leal a Goiana e hoje talvez ele enxergue isso porque ele já veio para Goiana, nos últimos 6 meses, umas 5 vezes mostrando que realmente quer agora recuperar o tempo perdido e a gente vai dar esse voto de confiança a ele. Vamos aguardar e ver se isso vai acontecer, se não acontecer, o meu espírito de independência política, de dizer a verdade, o meu comprometimento de ser só com o povo de Goiana, eu vou ter a sinceridade de dizer que não fez e não merece porque a gente que é um ser político vive daquilo que a gente faz e produz, temos que trabalhar para o povo é isso que eu faço.
Radar: Toda eleição estadual quando vem se aproximando sempre surge alguns nomes daqui da política tradicional goianense, disputando ou até mesmo aquecendo, nomes para deputado estadual e deputado federal. Cito nomes, como de Olga Sena, Quinho Fenelon, Walter da ETP, Armando do Posto, Fernando Veloso e Mário Ricardo. Você acreditada que Goiana tem envergadura para retomar a cadeira que já teve na Assembléia Legislativa?
AC: Goiana na realidade ela merece um representante, agora a gente só vai ter efetivamente um representante quando houver uma união de um nome goianense para chegar à cadeira legislativa. Goiana, hoje tem 51 mil votantes, um deputado tem que ter 30 mil votos, se você rodar aí os mais de 180 municípios de PE por maior líder que o cara chegue para deputado, quando ele é o maior líder da cidade, ele tem 10% a 15% de votos porque há uma pulverização de feitos. Meu deputado Clovis Paiva está comigo desde 2018, quando ele se elegeu, a gente está indo para 2022 vai fazer 4 anos que a gente está aqui fazendo várias ações. Ele veio para a questão da reabertura da UPAE, projetos de lei que trazemos para o município de Goiana através de creches, são coisas que a gente não virá as costas para isso, porque temos um compromisso político com ele. Agora, eu enxergo que todas as postulações são válidas, Olga Sena é um ótimo nome, Quinho Fenelon é um ótimo nome, Fernando Veloso nem se fala são três goianenses que merecem que o povo votem neles em função do trabalho que cada um já desenvolveu no munícipio. Porém, quando você pulveriza dentro do próprio município 3 ou 4 nomes você já parte com aquela velha máxima política de que nenhum vai ganhar e isso atrapalha a cabeça do eleitor, o eleitor fala vou perder meu voto e vou votar num cara que não vai ganhar, eu vou votar num cara só para dizer que eu votei, existe muito isso ainda na política, apesar de eu não ser esse tipo eleitor, sou um eleitor que costuma votar em nomes, pessoas que trabalham de fato, mas existe isso. Então, quando existir um nome de consenso suprapartidário em Goiana, que o cara chegue e diga, faltou aí o nome de Paula Brito como candidata do prefeito e Patrícia Amélia, dentre outros. Só a gente aqui conversando já apareceu bem uns 8 nomes, imagina na eleição como é que vai ser, Dani Sena que foi vice de Olga é candidata a deputada. Então, são vários nomes que surgem e você teria que fazer um projeto para Goiana estadual, quem é que pode representar a gente? Vamos colocar numa balança, vamos deixar o ego de lado, vamos deixar as situações de lado e vamos escolher um nome aí eu acho que uniria. Porque se você olhar Casa José Pinto de Abreu que é a casa do povo, cada vereador tem o seu deputado e não é nenhum desses que falei aqui e cada um tem o seu deputado porque são deputados que destinam emendas, são deputados que olham a comunidade de cada um, são deputados que estão presentes na comunidade quando se precisa. Repito, são nomes bons, porém para Goiana ter essa retomada de ter um deputado na Assembléia precisa realmente de uma união maior desses nomes, desses nomes todos a gente vai escolher um aí esse teria chance.
Radar: Por falar em união em tempos de eleição, estamos vivendo um tempo de radicalização na política nacional. Nós vemos parlamentares goianenses na Câmara criticando o PT, enquanto que outros defendem Lula ou Bolsonaro. Qual é a visão de Alexandre Carvalho em meio a esse cenário nacional?
AC: Eu acho o seguinte, a gente tem que ser maior do que isso, eu acho que cada um tem seus méritos, cada um tem seus defeitos, eu enxergo que o Brasil não é Lula e Bolsonaro, o Brasil é muito mais amplo, muito maior do que isso, virou um guerra, uma guerra muitas vezes radical, eu acredito que o Brasil não mereça e não precise disso. A gente tem que ter nomes que disputem, eu mesmo participei de uma eleição para presidente da República que enchia de orgulho qualquer brasileiro. Nós tivemos na ocasião 11 candidatos a presidente do Brasil Afif Domingos, Brizola, Lula, Collor, Mário Covas, Aureliano Chaves, Ulysses Guimarães, eram nomes excepcionais e cada um brasileiro tinha aquela prerrogativa de escolha. Hoje o que a gente enxerga, eu digo isso com muita franqueza, que esse tipo de política não leva a gente a nada, leva a uma disputa com assanha de ódio, uma assanha de situações que acaba com amizades até em função desse Lula x Bolsonaro. Precisamos ter um nome a nível nacional que faça com que o Brasil dê um salto e saia disso, acabar com essa história de político quanto pior melhor. Eu enxergo que Lula foi tão bom presidente, se reelegeu 2 vezes e elegeu Dilma, então fez alguma coisa pelo Brasil. Bolsonaro ganhou a eleição porque o PT já vinha há 16 anos no poder e não me venha com esse tipo de conversa de que Temer não fez parte porque fez, pois foi o vice do PT então fez parte. Sem radicalismo, temos que entender como uma construção, como Itamar Franco fez parte do governo de Collor por ser vice e depois se tornou presidente, da mesma forma Michel Temer a mesma coisa. Bolsonaro que a gente está vendo aí na eminência de terminar o mandato, mas tenho no meu ponto de vista, que é preciso sair desse ciclo de ódio, seja vermelho contra o amarelo ou do azul contra o preto a gente não pode viver esse tipo de apartheid. A gente tem que fazer uma política de construir como eu sempre tenho dito, tem que ter nomes, tem que aparecer nomes que se coloquem a disposição do Brasil e que a gente possa avaliar.
Radar: Quem Alexandre Carvalho indicaria para ser, talvez, um nome da política de conciliação no ano que vem?
AC: É muito precoce ainda falar, a gente vê aí alguns nomes surgindo que tem toda prerrogativa, alguns governadores, alguns senadores que a gente não conhece tanto o trabalho deles, mas que nos seus estados são unanimidade. A gente vê o próprio ex-juiz federal Sergio Moro que levantou uma bandeira, que hoje também vai disputar a eleição. Já aqui nordeste temos candidatos como Ciro por exemplo. Eu confesso a você que não tenho ainda esse nome, mas eu torço muito para que surja, para que a gente desça finalmente do palanque. A única eleição no Brasil até hoje que não se desceu do palanque foi nessa última eleição presidencial, continuou a eleição de forma muito violenta, eu vejo por muitas vezes algumas discussões calorosas. Inclusive na Câmara Municipal de alguns vereadores xingando, bradando com discurso de ódio de um lado, discurso de ódio do outro, isso não acrescenta em nada. Dai vai começar a criar grupos, a criar divergências, não precisam, não são necessários, a gente vive numa democracia cada um pode escolher em quem votar e dizer e nem por isso deixar de ser amigo de ninguém e eu vejo esse radicalismo, reitero dos dois lados, e infelizmente conseguimos ter dois lados predominantemente radicais, um pensa totalmente contrário do outro e nenhum dos lados respeita a opinião do outro. Eu não estou aqui em cima do muro, não é esse o meu perfil, mas eu não gosto desse tipo de política. Mas acho que o cara que vota no Lula ou vota no Bolsonaro obrigatoriamente não quer dizer que o cara é meu inimigo ou que é meu amigo ou que deixou de ser, a gente tem que fazer a política pelo Brasil, a política voltada para números. Votar em tal presidente porque ele fez isso, ele fez aquilo, ele pensa igual a mim e não por sentimento de ódio que vem tomando do nosso país.
Radar: Alexandre, para a gente encerrar, qual a perspectiva que o goianense poderá ter com o seu mandato em 2022 e a sua atuação em prol daqueles que mais precisam?
AC: No primeiro dia de mandato na minha posse eu disse na tribuna da Câmara que o goianense poderia se orgulhar que eu dedicaria os 4 anos do meu mandato ao povo de Goiana e se você observar as minhas propostas da campanha todas elas estou conseguindo conduzir. Vem aí o centro de Hemodiálise de Goiana que vai ser no Belarmino Correia a gente vai ter uma área de hemodiálise lá, a questão da Balsa que a gente abraçou desde o começo, a gente até nesse momento difícil de covid fizemos indicação para o Centro de Reabilitação pós-covid que está sendo implantado em Goiana, o Centro de Referência da Mulher, visto que ela necessita de tratamento diferenciado seja na mamografia, seja por câncer de colo de útero, a mulher tem que ter uma atenção especial na área da saúde. Projetos de lei implantando pela gente um deles foi o 024/2021 que é o coloca as academias da cidade como serviço essencial, isso aí foi uma briga nossa, a gente sabia que o cara que estava recuperado da covid e não podia sair de casa para fazer seu exercício porque as academias estavam fechadas, fomos a luta, reunimos os donos de academias, mesma coisa a gente fez com bares e restaurantes de Goiana. A gente nunca fugiu da luta, a gente fez com as escolas, quando achei necessário que as escolas particulares reabrissem em função desse tempo todo não terem mais recursos para manterem as escolas à gente foi em busca. São situações de trabalho que a gente vem buscando, Goiana com essa situação da falta d’água fomos atrás dos abastecimentos do rio para tocar bomba para aumentar a distribuição para a população, a fizemos um trabalho nas comunidades que a gente atua como a Portelinha. Fomos em busca de energia para a Portelinha que vai ser implantado em 2022 a gente viu a luta daquele povo. Então, estamos em busca de resultados, eu tenho dito que não sou um vereador de falar, mas de mostrar o começo o meio e o fim para quando eu for colocar novamente meu nome a disposição do povo, o povo dizer valeu meu voto esse cara lutou por mim, esse cara trabalhou por mim. Eu tenho um trabalho que eu acho fundamental que é a geração de emprego, é buscar chamar o jovem para trabalhar, é colocar o jovem aprendiz, é fazer parcerias com o Sistema S, é fazer parcerias com essas grandes empresas, é chamar os empreendedores para Goiana que estão vindo para cá e vai trazer recursos para Goiana. Fizemos no dia 15/03/2021 à primeira indicação que fizemos sobre a redução do IPTU hoje se tornou um projeto de lei feito pelo vereador Ramon Aranha que é o REFIS, foi na nossa indicação lá atrás que foi proposto. Então, são situações que a gente vem buscando e não é por protagonismo de dizer que fui que fiz, pois eu não sou nada sem os meus pares, não sou nada sem o povo de Goiana, eu não sou nada sem o principal mandatário que é o prefeito, eu não sou nada sem os secretários. A gente tem que caminhar de mãos dadas e Goiana irá crescer muito e eu tenho fé em Deus que vamos avançar cada vez mais.
Radar Político365