O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar ao Rio de Janeiro no Natal. Além do militar, outros cinco passageiros estavam na aeronave, que saiu de Brasília às 13h10 do dia 24 de dezembro, uma sexta-feira, véspera da festividade. Para o período, o comandante não informou ter agenda oficial da capital carioca. Desta forma, o uso do equipamento da FAB, que é mantido com dinheiro público, contraria as regras de utilização aplicadas às autoridades. As informações são do Metrópoles.
Segundo os registros, o grupo retornou a Brasília às 16h10 de 28 de dezembro, uma terça-feira. Os nomes foram mantidos em sigilo pela reportagem. Ainda segundo a coluna, a FAB aponta que a viagem foi a serviço, o que não foi comprovado pela Marinha. O decreto que regulamenta o uso desses aviões, assinado por Jair Bolsonaro no início de 2020, aponta que no caso de viagens a serviço é necessário registrar em agenda oficial o compromisso público da autoridade.
De 24 a 28 de dezembro, período da viagem, a agenda oficial do almirante não informou atividade no Rio de Janeiro. Segundo os documentos públicos, ele realizou “despachos internos” em 28 de dezembro, na manhã antes do voo. O comandante poderia, então, ter voado apenas no dia 28, e não quatro dias antes, na véspera de Natal.
Em 15 de dezembro, uma quarta-feira, por exemplo, o almirante foi ao Rio de Janeiro ainda de manhã. A agenda mostra que ele participou de duas cerimônias oficiais na cidade a partir das 10h. Ou seja, o comandante cumpriu o decreto.
Almir Garnier Santos assumiu o comando da Marinha após a saída do também almirante Ilques Barbosa, em abril deste ano. O Almirante de esquadra (quatro estrelas) é carioca, tem 60 anos e era secretário-geral do Ministério da Defesa antes de assumir o comando da Força.