O rigoroso lockdown imposto há 13 dias à cidade chinesa de Xian já começa a expor seus efeitos nocivos. Como consequência da política de Covid zero no país, mulheres grávidas estão perdendo seus bebês por não conseguirem atendimento nos hospitais – que só aceitam pacientes que comprovarem que não estão com Covid-19.
Nesta semana, um vídeo publicado na rede social Weibo, semelhante a um Twitter chinês, mostrou uma mulher grávida sentada na calçada do Hospital Xian Gaoxin. Ela estava com hemorragia, mas não foi atendida de imediato por não conseguir comprovar que estava livre do vírus. A mulher só foi acolhida pelos médicos após o sangramento piorar bastante.
– O bebê morreu no útero depois de oito meses de gravidez porque o atendimento atrasou – disse a sobrinha da paciente.
Ela destacou que o teste de Covid da tia havia expirado há poucas horas e, por isso, não foi aceito pela unidade de saúde.
Relatos também apontam que uma outra grávida perdeu o bebê por não ter sido atendida a tempo.
– Outra grávida, de sobrenome Wang, publicou nesta quarta (5) uma mensagem dizendo que foi recusada em diversos hospitais, mesmo com sangramento, no dia 29 de dezembro. Ela só foi atendida após fazer um teste de Covid, mas teve de abortar – diz o relato na rede Weibo.
Além da morrer sem atendimento médico, a população de Xian está confinada sem poder trabalhar, o comércio foi fechado, e as pessoas só podem ir à rua com uma autorização especial. Para evitar a fome e a miséria, as pessoas estão trocando bens materiais e itens de valor por comida.
Com informações da AFP