O que todo mundo já pensava que iria acontecer, aconteceu: o cancelamento do carnaval de rua dos grandes polos do estado. Primeiro Olinda, saindo na vanguarda e depois de forma tímida por meio de nota, o Recife.
Para não deixarmos Goiana de fora, o prefeito Eduardo Honório disse em entrevista coletiva a imprensa em 30 de dezembro de 2021 que Goiana não terá carnaval, ao menos com recursos públicos.
Porém, o que se vê ainda no Estado é planos de algumas prefeituras de prepararem os festejos de Momo em áreas cercadas, onde segundo alegam, só será permitido a entrada de pessoas devidamente vacinadas contra o coronavirus, além de estarem acompanhadas do uso de máscaras. Algo que podemos dizer que será apenas para inglês ver, porque sabemos o final.
Todavia, a ciência vem dizendo há muito tempo e a variante Ômicron mostrou o que é capaz de fazer como aconteceu no réveillon, por exemplo, onde aumentou o contágio em 50% dos novos casos de Covid-19 na maior cidade do país, em São Paulo.
Entretanto, a vontade de alguns governantes em permanecer com alguma coisa popular na maior festa do Brasil, fez na prática escancarar o portão para a realização de festas privadas antes e durante o carnaval.
Tais eventos semelhantes ao que aconteceram na virada do ano e seus registros compartilhados nas redes sociais mostram que seus organizadores não estavam se importando com qualquer pedido de passaporte de vacina na checagem de entrada, além de serem ignoradas ou “esquecidas” às medidas sanitárias. Como era previsível, a bomba estourou com aumento considerável de pessoas contaminadas.
A bem da verdade é que a exuberância das festividades carnavalescas privadas contrapõe quem consome a festa de rua, pois são estes quê entusiasmados com o brilho das alegrias de Momo são encorajados a criarem os blocos e agremiações, enquanto que a festa privada é para quem pode pagar. Para os abastardos que tiram do seu orçamento R$ 400, R$ 600 até R$ 800 para pagarem apenas num abadá de Carnaval.
Na cabeça dos governantes talvez o vírus seja menos contagioso nas festividades carnavalescas privadas já que conta com a permissão das autoridades, enquanto o grosso da população deve permanecer em casa assistindo toda programação pela televisão porque para esses a festa de rua é um risco de saúde pública.
Então, para o carnaval de 2022, será perceptível o apartheid que a pandemia e com a permissão dos governantes nos apresentará na maior festa popular do Brasil. Será o carnaval de quem pode pagar.
Opinião do Radar Político365