Em discurso durante a cerimônia do início dos testes da unidade de processamento de gás natural da Petrobras, em Itaboraí (RJ), o presidente Jair Bolsonaro atacou a gestão da estatal durante o governo do PT, afirmando que, se hoje a empresa não pode cobrar mais barato pelos combustíveis, é porque foi alvo de uma quadrilha que elevou o endividamento da petroleira para mais de 160 bilhões de dólares.
Bolsonaro chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de bandido e disse ainda que, se eleito, Lula nomearia José Dirceu novamente para a Casa Civil e a ex-presidente Dilma Rousseff para o ministério da Defesa, “porque ela é mandona”.
– O mesmo cara [Lula] que quase quebrou o país de vez, que destinou um prejuízo de quase R$ 1 trilhão à Petrobras, quer voltar à cena do crime – disparou.
Bolsonaro discursou diante de uma plateia formada por trabalhadores da empresa, ministros e políticos que o acompanharam ao Gaslub, ex-Comperj, que receberá gás natural do pré-sal pela Rota 3, ainda em construção.
O presidente disse ainda que está numa guerra.
– Existem milhares de pessoas melhores do que eu por aí. Mas quis o destino ou Deus que eu chegasse aqui, e estamos numa guerra. Se aquele bando, aquela quadrilha voltar, não vai ser apenas a Petrobras que deve ser arrasada, vão roubar a nossa liberdade – completou.
Bolsonaro comparou o Brasil da era PT com a Venezuela, afirmando que a fuga do país vizinho tem batido recorde em Roraima, com 800 pessoas por dia entrando em território brasileiro para escapar da ditadura de Nicolás Maduro, principalmente mulheres e crianças, que, segundo o presidente, estariam sendo prostituídas.
– Esse é o destino do Brasil se aquela quadrilha voltar para cá. Não estou fazendo campanha pra mim, mas é inadmissível achar que aquele bandido voltando para cá vai atingir os anseios da nossa população – afirmou.
De acordo com Bolsonaro, a única instituição que o PT não aparelhou foi o Banco Central (BC), e ele teve muitos problemas para montar sua equipe por causa disso.
O PT deixou o governo com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, quando passou a ser governado pelo vice-presidente Michel Temer até a posse de Bolsonaro, em 2019.
– Mas o PT, que chegou com um brilhante discurso em 2003, se voltou a um projeto de poder, comprando partidos políticos, quem aparecesse pela frente – acusou.
Bolsonaro afirmou ainda que, se o PT voltar ao poder, as reformas feitas pelo seu governo serão revistas, as armas legais serão retomadas, e a corrupção vai voltar, o que, segundo ele, foi afastado do governo federal há três anos.
– Se vemos alguma coisa, vamos para cima – afirmou.
*AE