Com pouco mais de 25% da população de 5 a 11 anos vacinada contra a Covid-19, a Secretaria de Saúde de Pernambuco inicia, na próxima semana, uma mobilização para acelerar a imunização das crianças em todo o Estado. O anúncio da Campanha foi feito pelo secretário de Saúde André Longo durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 17 de fevereiro.
A estratégia da secretaria, pactuada com todos os municípios, deve atingir diversos locais de circulação das crianças, especialmente as escolas, e vai culminar no “Dia C” de vacinação, realizado no sábado, dia 26 de fevereiro. A previsão, até o momento, é de que Pernambuco receba, até a próxima sexta-feira, 18 de fevereiro, mais de 227 mil doses, entre remessas de Coronavac e Pfizer pediátrica, destinadas ao público infantil.
“Temos, até o momento, pouco mais de 25% dessa população vacinada com a primeira dose. É um quantitativo ainda muito baixo, que significa risco para toda a sociedade e, principalmente, para as próprias crianças. Para proteger nossos pequenos, pactuamos com os municípios essa grande mobilização. As estratégias devem atingir diversos locais de circulação dos menores, principalmente o ambiente escolar, e vão culminar com o Dia C de vacinação, no sábado, dia 26 de fevereiro”, explicou o secretário André Longo.
Ao longo da próxima semana, de 21 a 25 de fevereiro, os municípios deverão intensificar a vacinação nas escolas.
“As estratégias devem atingir os locais de grande circulação dos pequenos, especialmente as escolas, porque são espaços onde as crianças passam mais tempo e são locais propícios para o convencimento dos pais sobre a importância da vacinação. A vacina tem se mostrado uma grande medida de prevenção e controle do novo coronavírus, com redução de casos graves e óbitos. Ou seja, se temos uma medida de controle segura e eficaz, administrada em outros inúmeros países, é essencial desburocratizar o processo de vacinação”, ressaltou a superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo.
Até o momento, a Secretaria já distribuiu 640.380 doses de vacinas contra a Covid-19 destinadas às crianças para os municípios pernambucanos. Destas, 300.979 foram aplicadas pelas cidades.
Pesquisa
Levantamento realizado pelo Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS) apontou que, se o Brasil estivesse vacinando as crianças num ritmo ideal (1 milhão de doses aplicadas por dia) poderia se evitar, até abril, 5,4 mil hospitalizações e 430 óbitos pela Covid-19 na faixa etária de 5 a 11 anos. Já quando se avalia todas as faixas etárias, a vacinação mais rápida poderá impedir, neste mesmo período, ao menos 14 mil hospitalizações e mais de 3 mil óbitos pela doença.
“Vivemos, hoje, uma pandemia de não vacinados. Quatro de cada cinco mortes e quatro de cada cinco internados, são pessoas que não estavam completamente vacinadas. Portanto, está mais do que provado que vacinas, além de seguras, salvam vidas. Não corra riscos desnecessários, se vacine e também proteja seus filhos”, alertou André Longo.
Cenário Epidemológico
Pernambuco registrou, no final da sexta semana epidemiológica de 2022, que compreende o período entre os dias 06 e 12 de fevereiro, uma desaceleração da variante Ômicron, com queda no registro de casos. O secretário André Longo reforçou, durante a coletiva de imprensa, que os indicadores, no entanto, continuam em patamares elevados. Foram 829 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) na última semana, o que significa 60 casos a menos em relação à semana anterior. Já a positividade para a Covid-19 entre estes casos graves está em 44%, enquanto na semana anterior estava em 54%.
Em relação à solicitação por leitos, a Central Estadual de Regulação Hospitalar, registrou, na semana passada, 629 solicitações por leitos de UTI – 39 a menos do que na semana anterior, o que representa uma redução de 6%.
“Estes dados apontam que passamos pelo pico desta onda da Ômicron e chegamos ao platô, mas, como falei antes, com indicadores ainda em patamares elevados. Para se ter uma ideia, neste momento, ainda temos mais de 800 pessoas internadas nos leitos de UTI da rede pública de saúde. Além disso, as mortes pela doença, que costumam atingir o teto 2 semanas após o pico de contaminação, seguem crescendo”, apontou o secretário.
Longo também alertou para a chegada do período de sazonalidade das doenças respiratórias, o que deve impactar no cenário epidemiológico.
“Temos uma preocupação adicional com o início do nosso período de sazonalidade das doenças respiratórias, no começo de março, e a possível introdução e circulação da nova subvariante da Ômicron, a BA.2, que traz ainda mais incertezas. Por isso, não podemos baixar a guarda. É preciso muita cautela por parte de todos. A população deve fazer sua parte, cumprindo os atuais protocolos, evitando aglomerações, e se vacinando contra a Covid-19”, destacou.
Influenza
O secretário acrescentou, ainda, a importância da vacinação contra a influenza, principalmente dos grupos de risco.
“Precisamos vacinar os mais vulneráveis antes mesmo do início da sazonalidade, para protegê-los o quanto antes. A epidemia da Influenza A H3N2, provocada pela variante Darwin, causou efeitos hospitalares muito maiores do que a própria variante Ômicron. Hoje, vivemos uma desaceleração da epidemia de Influenza, mas precisamos ficar atentos e cautelosos, já que a virulência da cepa Darwin causou muitos danos ao sistema de saúde”, pontuou.
Longo adiantou que Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), órgão em que ocupa a vice-presidência para o Nordeste, solicitou ao Ministério da Saúde a antecipação da vacinação anual contra a influenza, especialmente nos Estados em que, historicamente, o período de maior ocorrência das doenças respiratórias é observado de março a maio – como é o caso de Pernambuco.
Da redação do Portal com informações da Secretaria de Saúde de Pernambuco