O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o seu partido, caso pudesse votar novamente hoje, não apoiaria o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), exonerada do cargo presidencial em 2016. De acordo com o legislador, não houve crime de responsabilidade para fundamentar o afastamento da petista. A declaração foi feita à coluna de Guilherme Amado, do Metropóles, divulgada nesta quinta-feira (17).
“Acho que o próprio MDB não repetiria uma circunstância daquela. Aquilo é um fato para não ser repetido jamais na história do Brasil”, declarou em entrevista.
Calheiros, que votou a favor do impeachment, mostra-se arrependido do voto. “Sinceramente, não acredito que o Senado hoje aprovaria o impeachment da presidente por crime de responsabilidade fiscal que não houve. Aquilo foi circunstância que não pode se repetir”, completou.
Atualmente, apesar de ter apoio voltado à possível candidata à Presidência Simone Tebet, senadora pelo MDB-MS, Calheiros também se mostra favorável à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o nome da parlamentar não decole até maio. Segundo Renan, o MDB já discute o apoio a Lula ainda no primeiro turno.
“Se ela não crescer, ela própria vai entender essa realidade. Ficamos de conversar com alguns setores do MDB, que com essa avaliação, admitem possibilidade de apoiar Lula desde o primeiro turno.”
Em janeiro, quando se reuniu com Lula em São Paulo ao lado de Renan Filho (MDB-AL), Calheiros já havia dito que a sigla poderia apoiar o ex-presidente ainda no primeiro turno.
“Tivemos uma conversa com o presidente Lula sobre democracia, institucionalidade, economia e eleição. Inclusive a última, que elegeu Bolsonaro e quebrou o Brasil. Pessoalmente, defendo que, se o MDB não tiver um candidato competitivo, é mais consequente uma aliança com Lula”, disse.
Nas pesquisas mais recentes, Tebet não tem pontuado. A que traz números mais quentes foi publicada nessa quarta-feira (16) pelo PoderData. Nela, Lula aparece com 40% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou com 31%. Em terceiro lugar está o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que oscilou dois pontos para cima em relação à pesquisa anterior, e agora soma 9% das intenções de voto.
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