Pré-candidato do Podemos à Presidência da República, Sergio Moro negou, nesta sexta-feira (18), a possibilidade de sair do atual partido para se filiar ao União Brasil – fusão do PSL e do DEM. Ele também descartou que irá abandonar a disputa.
– Vou até o fim. Alguém tem que falar a verdade em 2022 – declarou o ex-juiz durante um almoço com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo. O grupo foi fundado pelo governador João Doria (PSDB).
A senadora Simone Tebet (MDB) e o cientista político Felipe D’Ávila (Novo) também participaram do encontro.
TCU VÊ CONTRADIÇÕES DE MORO SOBRE VALORES RECEBIDOS
Um relatório elaborado pela inteligência do Tribunal de Contas da União (TCU) viu divergências entre as declarações dadas pelo ex-juiz Sergio Moro a respeito de seu trabalho na Alvarez & Marsal e os documentos apresentados pela consultoria e pelo próprio Moro sobre a participação dele na empresa, de onde o ex-ministro diz ter recebido R$ 3,7 milhões em um ano.
Segundo declarações feitas pela consultoria, Moro jamais teria trabalhado em setores ligados à construtora ou a qualquer outra empresa investigada na Lava Jato, descartando eventual conflito de interesses. O próprio Moro, no entanto, apresentou nota fiscal em uma live em que constava, como tomadora de serviços, a filial brasileira Alvarez & Marsal Consultoria em Engenharia Ltda.
Sobre o caso, a assessoria de Moro afirmou que “o valor do bônus foi transferido da conta bancária da Alvarez & Marsal Disputas e Investigações para a conta da Moro Consultoria, tendo havido somente um erro material na emissão da nota fiscal pela Moro Consultoria”.
Já a Alvarez & Marsal disse que, “conforme informado em sua primeira manifestação ao TCU, Sergio Moro foi contratado pela operação global de Disputes and Investigations, que teve sua prática originalmente estruturada no Brasil, na Alvarez & Marsal Consultoria em Engenharia Ltda., e, em seguida, foi transferida para Alvarez & Marsal Disputas e Investigações Ltda”.