Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quarta-feira, 16, com os mercados à espera da alta dos juros nos Estados Unidos e no Brasil. O Federal Reserve (Fed), anuncia o novo patamar das taxas norte-americanas às 15h30 (horário de Brasília), enquanto o Banco Central (BC) divulga a Selic depois das 18h30min. Investidores também mantêm no radar os avanços de tratativas para o cessar-fogo no Leste Europeu. Por volta das 12h10, o dólar registrava queda de 0,8%, a R$ 5,117. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,156, enquanto a mínima não passou de R$ 5,102. A divisa encerrou a véspera com alta de 0,76%, a R$ 5,159. Seguindo o clima positivo nos mercados internacionais, o Ibovespa subia 1,4%, aos 110.530 pontos. O pregão desta terça-feira, 15, fechou com queda de 0,9%, aos 11,637 pontos. O cenário otimista dá força para nova queda do barril de petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, que operava na casa de US$ 98.
Mercados em todo o mundo acompanham as expectativas da subida dos juros nos EUA pela primeira vez em quatro anos. A principal aposta dos investidores é na alta de 0,25 ponto percentual na taxa, que atualmente se encontra em patamares mínimos de 0% e 0,25%. O movimento para cima ocorre em meio à disparada da inflação aos consumidores para 7,9% no acumulado de 12 meses em fevereiro, o maior patamar em 40 anos. O dado não inclui a recente pressão gerada pela disparada das commodities, principalmente o petróleo e os alimentos, em todo o mundo em reflexo à Guerra na Ucrânia e aos embargos à Rússia. Ainda na pauta internacional, sinalizações de avanços no cessar-fogo no Leste Europeu trazem sentimento de alívio entre os investidores. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reconheceu que as tratativas estão avançando, mas afirmou que precisam de mais tempo para garantir que os interesses da Ucrânia sejam respeitados. Por sua vez, Dmitri Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, disse que um entendimento para que a Ucrânia assuma um “status neutro” é possível.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC também vai anunciar mudanças nos juros. O mercado estima o acréscimo de 1 ponto percentual, que levaria a Selic a 11,75% ao ano, o maior nível desde 2017. O movimento representa a pisada no freio na subida dos juros após três altas consecutivas de 1,5 ponto percentual e já foi indicado pela autoridade monetária na divulgação da última reunião, realizada no início de fevereiro. A inflação foi a 1,01% em fevereiro, o maior patamar para o mês em sete anos, e somou 10,54% em 12 meses. O mercado financeiro passou a enxergar um patamar mais alto para o fim do ciclo de alta promovido pelo BC. Para 2022, a expectativa passou para 12,75% ao ano, contra estimativa de 12,25% na semana passada. O aumento também se espalhou para 2023 (de 8,25% para 8,75%) e 2024 (7,38% para 7,5%).
*Radar Político365 com informações da Jovem Pan.