Nesta quinta-feira (24), o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o líder chinês, Xi Jinping, “desaprova” a invasão russa à Ucrânia. O francês acrescentou que a China precisa ser “uma potência de mediação e moderação” que ajude a convencer a Rússia a parar o conflito bélico.
– Falei com o presidente Xi há dez dias, voltarei a falar com ele quantas vezes forem necessárias durante esta crise, e tive diante de mim um líder que, antes de mais nada, compartilhou a nossa preocupação e que desaprova a guerra – disse o político francês.
Ele deu declarações durante uma entrevista coletiva depois de participar das cúpulas da Otan e do G7, em Bruxelas, na Bélgica.
Macron observou ainda que a China, um dos aliados da Rússia que mantém uma posição ambígua sobre a guerra, “defende consistentemente a soberania dos povos, o direito à autodeterminação e a importância destas noções”.
– Portanto, é completamente normal que a China não possa apoiar a Rússia em uma agressão contra um povo vizinho e a violação da sua soberania territorial, espírito de coerência, a China está comprometida – relatou.
De acordo com Macron, Xi Jinping expressou apoio a ele e ao chanceler alemão, Olaf Scholz, “na vontade de pedir um cessar-fogo”.
– Penso que a China, como membro do Conselho de Segurança da ONU e como grande potência, não pode fazer outra coisa além de ser uma potência mediadora e moderadora e, portanto, nos ajudar a convencer a Rússia a parar esta guerra, sem participar ou ajudá-la em nada – analisou.
Macron insistiu em acreditar que a China “será coerente com a sua visão de soberania territorial” e continuará a procurar “dar fim a esta guerra”.
Sobre o drone precedente da Ucrânia que caiu no centro de Zagreb neste mês, o presidente francês instou ser “muito prudente com a atribuição”, referindo-se à dúvida se o avião pertencia ao exército ucraniano ou russo.
Durante a cúpula da Otan, Macron se encontrou com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. O líder francês disse que os dois tinham decidido “trabalhar em operações humanitárias comuns, particularmente em Mariupol”.
Sobre a ajuda militar que os aliados fornecem à Ucrânia, ele disse que o “limite” não é se tornar um “cobeligerante”. Macron acrescentou que ninguém enviou aviões de combate para Kiev, por enquanto, porque isso significaria tornar-se um “cobeligerante”.
Depois de a Renault ter anunciado, na quarta-feira (23), a suspensão das atividades na Rússia devido à invasão à Ucrânia, Macron recordou que pediu a todas as empresas francesas que operam “em setores sob sanções, com parceiros sancionados, que respeitem o que a França decide”.
Ele advertiu que o mundo “vai entrar em uma crise alimentar sem precedentes porque outros países do Oriente Médio e da África estão muito dependentes para alimentar a sua população com o que é hoje produzido na Ucrânia e na Rússia”.
– A escolha da Rússia pela guerra significa que hoje em dia países como o Egito e outros no Magrebe, na África, no Oriente Médio, estão tendo dificuldades de abastecimento – comentou.
Macron advertiu que no curto prazo haverá dificuldades nesses países, mas que a situação “será ainda mais grave dentro de 12 a 18 meses”.
– Esta situação vai criar uma crise alimentar, situações humanitárias muito graves em vários países e grandes consequências políticas em muitos dos países que mencionei – analisou.
*Radar Político365 com informações do Pleno News.
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