O governo dos Estados Unidos acusou os talibãs de “trair” os compromissos firmados com o povo do Afeganistão e a comunidade internacional por não permitir o acesso de meninas com mais de 11 anos ao ensino secundário.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, expressou em entrevista coletiva “a profunda decepção e condenação” pela decisão dos talibãs de não permitir que meninas com mais de 11 anos voltem às aulas.
– A educação é um direito humano essencial para o crescimento econômico do Afeganistão e sua estabilidade básica. Um país que não permite a participação (na educação) de mais de metade da sua população não é um país que possa alcançar um nível de prosperidade, estabilidade e segurança para o seu povo – argumentou Price.
O representante americano comentou ainda que os talibãs tinham reconhecido anteriormente que todos os cidadãos afegãos têm direito à educação.
– Instamos os talibãs a honrar os compromissos que assumiram perante o seu povo, os compromissos que assumiram perante a comunidade internacional – declarou o porta-voz.
Price alertou que a decisão afetará a capacidade de o governo talibã ganhar legitimidade política e apoio internacional.
Os talibãs mantiveram nesta quarta-feira o fechamento das escolas secundárias para meninas, apesar da promessa dos fundamentalistas de que permitiriam que as adolescentes voltassem às aulas pela primeira vez desde que assumiram o controle do país, em agosto de 2021.
– As escolas para adolescentes entre as classes 7 e 12 (entre 12 e 18 anos de idade) continuam fechadas – disse o porta-voz adjunto dos talibãs para o governo provisório, Inamullah Samangani, à Agência EFE.
As declarações do porta-voz adjunto foram dadas no mesmo dia em que as escolas reabriram no país após as férias de inverno.
O governo talibã tinha anunciado, na semana passada, que todas as meninas poderiam retornar às aulas na reabertura das escolas.
*EFE