Salve! salve! Todos fazedores de cultura, artistas, produtores, brincantes e mestres e mestras da cultura popular pernambucana. Aos poucos as coisas estão voltando a acontecer como era antes, da famigerada pandemia, devagarinho começa acontecer pequenos eventos, apresentações de grupos populares e todos vão curtindo a saudade, enfim estamos vivos. E “mesmo que estejamos nas catacumbas, não estamos extinguidos” – palavras da grande dama da dramaturgia brasileira a atriz e a pouco imortal, Fernanda Montenegro.
Trazendo para o nosso terreiro, na mata norte pernambucana, estivemos nas moitas, sedes e canaviais a espera de um suspiro de esperança, para voltarmos a tocar o baque, formar a roda e gira começar, seja nas tradicionais festas de cirandas, coco de roda; nas sambadas de cavalo marinho e de maracatu de baque solto que vai até o sol raiar.
Os bons ventos nos traz a retomada do calendário de eventos da cultura popular mantido represado durante os últimos dois anos, e que começou a despertar. Já aconteceram alguns eventos este ano, agora no primeiro semestre, quando o comum era as manifestações só acontecer no segundo, após o inverno e início da moagem da cana, que com o corte aquecia o mercado e os bolsos da população trabalhadora. Outro ponto, é que na pandemia a cultura popular invadiu as redes sociais, com grande produção de conteúdo e criação de canais, podcast e outros produtos, que antes não acontecia nas mídias digitais. A partir de 2021 encontramos nas redes, cultura no formato de festivais, mostras, shows, seminários, oficinas e outras modalidades.
No formato presencial, podemos citar a realização em janeiro uma etapa do projeto Matinada, do maracatu Estrela Brilhante de Nazaré da Mata, com uma significativa roda de mestre e esquento de terno na frente da sede; e para o mês de abril já marcado o ensaio do maracatu Cambinda Estrela de Itaquitinga, com o mestre Renato e ainda o show de lançamento do CD de ciranda do Mestre Bi em Nazaré da Mata.
Bons sinais, para toda gama de fazedores e trabalhadores das artes e da cultura popular é a – quase – certeza da realização dos festejos do ciclo junino, o que seria maravilhoso para todos nós, todos e todas, todo mundo mesmo, onde celebraremos a vida, dançando forró, com pamonha e canjicas, bacamarteiros, shows, as excursões para Galante, Alto do Moura, e para a festa do Bode Rei em Cabaceiras, no cariri paraibano, bom demais.
Concretizando a realização do ciclo junino, poderemos dizer, que tem samba no terreiro, no sítio, no engenho, na chã e na cidade. Par o pequeno agricultor, o feirante, as vendedoras de comidas de milho, os sanfoneiros do pés de serra, e todos os profissionais que trabalham, para a festas acontecer. Tomara.
Alexandre Veloso é produtor cultural, especialista em Gestão Cultural além de possuir MBA em Marketing e Publicidade.