Um assalto ao deputado federal Israel Batista (PSB-DF), conhecido como Professor Israel, na madrugada do dia 20 de abril deste ano, se transformou em uma trama que envolveu uma emboscada, compra de crack e até um suposto fetiche sexual. As informações sobre o caso foram publicadas nesta quarta-feira (1°) pela coluna Na Mira, do site Metrópoles.
De acordo com a publicação, o caso teria acontecido quando três homens renderam o parlamentar e o fizeram entregar a carteira, o celular e as chaves do carro depois de ameaçá-lo com um facão. O fato teria ocorrido em uma área na parte central de Brasília e foi registrado pelo próprio deputado em uma delegacia.
Na versão dada por Israel, é apontado que ele teria sido rendido pelos bandidos ao deixar uma loja de conveniência. O local fica em uma área da capital federal que é conhecida por ser um ponto de tráfico de drogas e de prostituição. Ao longo de duas madrugadas consecutivas, o deputado frequentou a região.
O que imagens de câmeras de segurança mostraram, no entanto, é que Israel teria interagido de forma amigável com um dos homens que participaria do assalto contra ele momentos depois. Vice-líder do PSB na Câmara e integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua, ele não foi imediatamente reconhecido pelo homem, um morador de rua.
Indiciado pela Polícia Civil, o homem visto pelas câmeras interagindo com o parlamentar disse que Israel o perguntou se ele gostaria de ganhar R$ 50. Pelo dinheiro, o deputado teria pedido que o morador de rua realizasse um fetiche sexual dele. No depoimento, o morador de rua disse ter aceitado a proposta e realizado o ato em via pública.
Além do ato, o morador de rua também relatou para a polícia que Israel teria pedido a indicação de um local onde eles poderiam comprar três pedras de crack. Juntos, os dois foram até o ponto para adquirir a droga. Na volta, Israel foi então abordado por três criminosos. De acordo com o Metrópoles, o morador de rua teria notado que o deputado era um alvo fácil e armou o assalto.
De posse de um facão, um dos criminosos rendeu Israel, que ainda teria tentado reagir, mas foi agarrado pelos outros dois bandidos. O grupo roubou o celular, a carteira e as chaves do veículo do deputado. Os quatro envolvidos no crime foram indiciados por roubo qualificado. Questionada, a delegacia responsável pela investigação não comentou o caso e disse que a apuração é sigilosa.
DEPUTADO DIZ QUE VERSÃO DO MORADOR DE RUA É INVERÍDICA
Em contato telefônico com o Metrópoles, o deputado afirmou que estava embriagado na noite do ocorrido e que havia tomado “hiperdosagem de Alprazolan”, um medicamento que é utilizado no tratamento de distúrbios de ansiedade.
– Eu estava muito bêbado e estou fazendo um trabalho psiquiátrico sobre cigarro e bebida – disse Israel.
Já por meio de nota, o parlamentar disse ter sido “vítima de uma cruel e armada emboscada como consta em todos os depoimentos dos envolvidos, seguida do crime de roubo em que foi agredido e ameaçado com arma branca”. Israel, que disse no comunicado ser assumidamente homossexual, negou a versão apresentada pelo morador de rua.
– Os depoimentos, que só foram prestados após ampla divulgação na mídia da condição de parlamentar da vítima, são contraditórios e apresentam uma versão que parece ser apenas uma tentativa desesperada dos envolvidos de se furtarem à responsabilidade pelo crime que cometeram. Além de apresentarem fatos inverídicos, teceram diversos comentários preconceituosos, que indicam claros objetivos de prejudicar a vítima, provavelmente por ser ela pessoa pública e assumidamente homossexual – declarou.
*Radar Político365 com informações do Pleno News.