Vinte adolescentes, aptos à adoção e oriundos de casas de abrigo do Estado, vivenciaram nesta terça-feira (14) uma nova experiência na Assembleia Legislativa de Pernambuco que pode ajudá-los a se encaminhar no mercado de trabalho. O grupo integra a 2ª edição do projeto “Alepe Acolhe”, uma iniciativa da Assembleia em parceria com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que busca oferecer uma vivência inicial no ambiente profissional. A solenidade foi marcada por um seminário sobre o funcionamento do Poder Legislativo.
O “Alepe Acolhe” oferece qualificação profissional e estágio remunerado em diversos setores da Assembleia. Maria Rita Souza, 17 anos, afirmou que o grande diferencial do programa não será apenas o aprendizado, mas a oportunidade de emprego após o estágio. “Muitos jovens queriam estar aqui e não têm oportunidade para crescer profissionalmente e aprender várias coisas. Todo aprendizado é válido. Estou ansiosa para começar”, disse.
Para Matheus Almeida, 17 anos, o “Alepe Acolhe” é o canal para iniciar uma nova fase na vida. “O estágio será um aprendizado para que eu possa dar um futuro melhor para minha família. Estou ansioso para começar. Tenho facilidade em informática e esse pode ser o caminho para eu conseguir um emprego”, afirmou.
Nessa 2ª versão do “Alepe Acolhe”, o público contemplado foi ampliado de 8 para 20 adolescentes, com faixa etária de 14 a 17 anos, oriundos de abrigos ou inscritos no Sistema Nacional de Adoção (SNA). Na edição de 2019, foram selecionados jovens entre 16 e 17 anos. O estágio no Poder Legislativo é de seis meses, renováveis por mais seis, cuja remuneração é uma bolsa de R$ 500 reais.
O presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PSB), ressaltou a importância de os jovens se prepararem para o mercado de trabalho. “Não se curvem aos obstáculos. Se preparem para superá-los e vencê-los”, pediu Eriberto.
O deputado ressaltou, ainda, que a Alepe está empenhada em desenvolver projetos que possam aproximar o Legislativo cada vez mais da sociedade. “Esse acolhimento é uma demonstração disso. Essa parceria com o TJPE demonstra que estamos, cada vez mais, procurando, além de humanizar as leis, fazer também ações que possam nos aproximar da sociedade pernambucana”.
Esperança – Idealizador “Alepe Acolhe”, o primeiro secretário da Assembleia, deputado Clodoaldo Magalhães (PV), disse que a melhor palavra para definir o “Alepe Acolhe” é “esperança”. “Os adolescentes das casas abrigos aguardam a adoção há muito tempo. A Assembleia passa a ser a família que vai treinar, capacitar e proporcionar experiência para o mercado de trabalho”, disse Clodoaldo.
Representante da Coordenação da Infância e Juventude do TJPE, Priscila Barcellos, frisou a importância do “Alepe Acolhe” como ponte entre o aprendizado e o mercado de trabalho. “Esses jovens farão parte de um projeto aprendiz muito enriquecedor. Espero que aproveitem essa oportunidade”, disse.
Presente ao evento, o secretário estadual de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas, Cloves Benevides, comentou que a sociedade pede que ocupantes de cargos públicos ousem e entreguem resultados para melhorar a vida das pessoas. “O ‘Alepe Acolhe’ passa a ser referência de como transformar tragédia em oportunidade”, enfatizou.