A senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência da República, disse, durante entrevista ao G1 concedida nesta segunda-feira (20), que não faz parte da “ala” do seu partido ligada a escândalos de corrupção.
– Eu faço parte de uma outra ala do MDB, e denuncio os malfeitos do MDB. Minha escola é outra: a de Ulysses Guimarães, a de Pedro Simon – afirmou.
Tebet atribuía aos governos do PT a ascensão de Jair Bolsonaro e os problemas atuais do país quando foi lembrada pela jornalista Renata Lo Prete que seu partido fez parte das gestões petistas e da corrupção tornada pública nos últimos anos.
A emedebista também comentou sobre a desconfiança de Jair Bolsonaro com as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. Ela chamou de “tentativa de fragilizar o processo eleitoral” as ofensivas que o Poder Executivo vem empreendendo contra o Tribunal Superior Eleitoral.
DESTAQUES DA ENTREVISTA
Se por um lado, Tebet minimizou a quantidade de militares ocupando cargos civis na gestão federal, por outro, ela demonstrou preocupação com membros das Forças Armadas ocupando cargo no alto escalão do governo sem passarem à reserva.
– Eu não me preocupo se são 3 mil, 4 mil, 5 mil cargos (civis com militares). Se eles são eficientes, se são necessários, se têm expertise para o trabalho… Na parte administrativa, isso não me preocupa, de gestão. Agora, qualquer general da ativa, para ir para um ministério, ele tem que ir para a reserva – pontuou.
A senadora também revelou ter votado contrariamente à recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, à frente do órgão. Ele foi aprovado para o segundo mandato na PGR em agosto de 2021 por 55 votos a favor e dez contrários no Senado. A votação é secreta.
– Nota zero. Foi uma das razões que eu não o reconduzi. Eu não votei no Augusto Aras, ele sabe disso. Fiz a indelicadeza até de não recebê-lo em meu gabinete. E lamento muito por uma instituição tão séria como o Ministério Público – concluiu.