A compreensão de leitura dos alunos da sexta série do ensino primário (com idades entre 10 e 12 anos) da Argentina piorou como consequência da pandemia de Covid-19. A informação evidencia a necessidade de “intensificar o ensino e aumentar as horas de aula”, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (21) pelo Ministério da Educação.
O governo publicou os resultados das Provas Aprender 2021, uma avaliação padronizada em Língua e Matemática que serve para avaliar o estado do sistema educacional do país e que, nesta edição, envolveu mais de 620 mil estudantes.
O relatório concluiu que apenas 56% dos alunos do sexto ano do primário apresentaram níveis altos de desempenho nos testes de Língua, uma queda de 19,3 pontos percentuais em comparação com os testes de 2018 (75,3%).
Existe uma clara diferença de desempenho em função do nível socioeconômico: apenas 28,9% dos estudantes com famílias de baixa renda apresentaram nível “avançado” ou “satisfatório” em Língua, muito longe dos 78,2% observados para estudantes de famílias com alta renda.
O desempenho em Matemática foi “avançado” ou “satisfatório” para 54,8% dos estudantes, uma queda de 2,6 pontos percentuais em comparação com 2018 (57,4%).
A disparidade de resultados de acordo com o nível socioeconômico se repete aqui, com apenas 31,9% dos estudantes de baixa renda obtendo bons resultados, em comparação com 74,5% dos estudantes de alto poder aquisitivo.
Em comunicado, o ministro da Educação, Jaime Perczyk disse que estes resultados “mostram o efeito da pandemia na aprendizagem, especialmente na língua”, e reafirmou que “é necessário que meninas e meninos tenham mais dias e horas de aulas”.
Perczyk também insistiu novamente para que as escolas primárias “tenham um piso” de 25 horas de aulas por semana, “o que implica aumentar o ano letivo em 38 dias em comparação com o atual”.
*EFE