A polícia de Copenhague descartou que o tiroteio em um shopping que deixou três pessoas mortas e outras quatro gravemente feridas teve motivação terrorista. Autoridades policiais dinamarquesas disseram nesta segunda-feira (4), que o atirador – um jovem de 22 anos com histórico de problemas de saúde mental – agiu sozinho e parece ter selecionado suas vítimas aleatoriamente.
O inspetor-chefe da polícia de Copenhague, Soren Thomassen, disse que as vítimas – um menino de 17 anos e uma menina de 17 anos, ambos dinamarqueses, e um russo de 47 anos que morava no país – foram mortas quando o atirador abriu fogo na tarde de domingo (3) no shopping Field’s, um dos maiores da Escandinávia.
Quatro outras pessoas – dois cidadãos dinamarqueses e dois suecos – foram tratados por ferimentos a bala e estavam em estado crítico, mas estável, informou Thomassen. Várias outras pessoas sofreram ferimentos leves enquanto fugiam do shopping, acrescentou. Cerca de 31 ambulâncias responderam à emergência, comunicaram as autoridades de resgate.
Thomassen afirmou que a polícia não tinha indicação de que alguém tenha ajudado o atirador. Ele disse ainda que, embora o motivo não seja claro, não há nada sugerindo terrorismo e que o suspeito será indiciado ainda nesta segunda por acusações preliminares de assassinato.
Na Dinamarca, as acusações preliminares estão a um passo das acusações formais, mas permitem que as autoridades mantenham suspeitos de crimes sob custódia durante uma investigação.
– Não há nada em nossa investigação, ou nos documentos que revisamos, ou nas coisas que encontramos, ou nas declarações de testemunhas que obtivemos, que possam substanciar que este é um ato de terrorismo – falou ele.
A polícia informou que apreendeu um rifle com o suspeito que também carregava uma faca.
– Também sabemos que ele teve acesso a uma arma. Não vou comentar mais sobre isso agora – acrescentou Thomassen.
As autoridades ainda consideraram como autênticos vídeos do suspeito que circulam desde domingo nas redes sociais. Nas imagens, o homem aparece com armas, imitando gestos de suicídio e citando um tratamento com um medicamento prescrito por um psiquiatra “que não funciona”. As contas do suspeito no YouTube e no Instagram foram fechadas durante a noite, de acordo com a France-Presse.
Este foi o pior ataque com arma de fogo na Dinamarca desde fevereiro de 2015, quando um homem de 22 anos foi morto em um tiroteio com a polícia depois de um tiroteio na capital que deixou duas pessoas mortas e cinco policiais feridos. Acredita-se que o ataque tenha sido motivado pelo extremismo islâmico.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, chamou o tiroteio de domingo de “ataque cruel”.
– É incompreensível. Comovente. Sem sentido. Nossa bela e geralmente tão segura capital foi alterada em uma fração de segundo – declarou.
*AE