Deputados de oposição protocolaram, nesta terça-feira (19), uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os parlamentares querem que o chefe do Executivo seja investigado por sua reunião com embaixadores realizada nesta segunda (18), ocasião em que o líder brasileiro voltou a pôr em dúvidas a segurança do sistema eleitoral do país.
– Utilizando-se da estrutura pública do Palácio do Planalto e todo o suporte dos órgãos públicos do Poder Executivo, o representado convidou embaixadores de diversas nações estrangeiras para uma reunião em que o tema foi mais uma vez um despropositado e absolutamente infundado ataque ao sistema eletrônico de votação adotado no País desde o ano de 1996, sem nenhum indício, mínimo que seja, de mácula no resultado das eleições – diz o texto, que é assinado por parlamentares do PT, PSB, PV, PCdoB, Rede, PSOL e Solidariedade.
Segundo informações da CNN Brasil, no documento, os autores pedem que Bolsonaro seja investigado por crime contra o Estado Democrático de Direito e instituições democráticas. Caso não seja viável, eles solicitam a apuração de crime de incitação das Forças Armadas contra o Tribunal Superior Eleitoral e improbidade administrativa.
Os deputados também pedem que a representação seja encaminhada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) para que haja investigação de supostos crimes eleitorais, propaganda eleitoral antecipada e abuso do poder político e econômico.
Durante encontro com embaixadores de cerca de 40 países nesta segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, Bolsonaro falou sobre um inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a invasão de um hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O órgão informou em outras oportunidades que esse acesso foi bloqueado e não interferiu nos resultados. O presidente já recorreu a esse inquérito em outros momentos para apontar suposta fragilidade na segurança das urnas.
O chefe do Executivo também aproveitou o evento para criticar o adversário Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência, além dos ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF. Fachin também é o presidente do TSE, mas será substituído por Moares de forma oficial no dia 16 de agosto.