Wesley Safadão virou alvo de representação no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) por suposta erotização infantil em um vídeo publicado pelo cantor com a participação de sua filha Ysis de 8 anos. A gravação foi para divulgar a música Macetando, que contém letra inadequada para crianças.
O cantor aparece dançando com a filha uma coreografia com passos que fazem referência ao ato sexual.
– Ai, vida, ai, vida, ai vida, Bota de red de melancia, pra novinha, com gin que tu vai [sic] ver p******. Chama as amiguinha (sic), o baile vai ferver! Só quem é gostosa levanta a mão – diz trecho da música.
O refrão é ainda mais controverso para uma criança: “Vai sentando, novinha, sentando”.
A publicação repercutiu negativamente, gerando muitas críticas no próprio perfil do artista. A autora da denúncia é a deputada federal Eliza Virgínia (PP).
– Isso não pode acontecer e enquanto eu estiver como política estarei denunciando coisas como essa – disse a parlamentar.
No ofício recebido pelo ouvidor do MMFDH, Nabih Henrique Charim, Eliza Virgínia alega que o material contém “evidente erotização infantil, que fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), quando, no art. 3º, estabelece que a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral”.
Maria Mello, coordenadora do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, também citou o ECA ao criticar a atitude do artista.
– A exposição da imagem de crianças, de forma geral, pode violar o direito da criança à preservação da sua imagem. Como também se trata de uma produção musical, portanto, um produto comercial, é possível falar em uma exploração econômica da imagem da criança, violando-se os artigos 4º e 5º do ECA – afirmou, acrescentando que, no Brasil, o termo mais pesquisado nos sites de pornografia é “novinha”.