Desde a década de 90, a exportação e produção de carne de frango tem aumentado de forma geral, e, segundo um balanço da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a expectativa é continuar crescendo. De janeiro à junho, a receita aumentou 36%, chegando a US$ 4,7 milhões de dólares. A exportação registrou a maior média histórica para o semestre, com 2 milhões e 423 mil toneladas enviadas, sobretudo, para o mercado chinês, o maior parceiro comercial do Brasil no mercado de carne de frango. Pequim é o destino de 13% das vendas, resultado comercial positivo diante do recuo de 6,7%, em função dos lockdowns adotados pelo país. Os Emirados Árabes Unidos, com 10%, estão em segundo lugar com índices de importação em expansão. Algumas nações, inclusive, passaram a comprar mais em função da guerra da Ucrânia, como modo de precaução. A região sul lidera as exportações. O estado do Paraná representa 42% do volume comercializado internacionalmente.
A proteína de frango teve números positivos. Já a carne suína não teve números tão otimistas assim. No primeiro semestre, houve redução de 9,3% no volume de exportação em comparação ao mesmo período de 2021. Houve queda também na receita de 17%, ficando em US$ 1,1 milhão, reflexo direto da redução da demanda do mercado chinês. Mesmo diante de um cenário comercial restritivo, a China segue como maior importador da carne suína brasileira, com 37% do volume negociado. Logo em seguida está Hong Kong, com 10%. A Associação Brasileira de Proteína Animal destaca a pulverização do mercado, com crescimento da demanda por parte das Filipinas, da Argentina e de Singapura. A região Sul também lidera as exportações neste setor, com Santa Catarina representando 56% dessas vendas. Para o próximo semestre, a expectativa segue positiva, tanto para produção quanto para exportação.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, avalia que os produtores têm mantido a disponibilidade interna de produtos e que isso sustentou os níveis per capita e acredita que os programas de auxílio a renda deverão incrementar o poder de compra da população. Mas ressalta que os preços devem continuar altos. “Acabou a era do alimento barato. Naturalmente, a gente trabalha para garantir um alimento de qualidade e acessível às populações, mas toda essa desorganização das cadeias globais de valor, principalmente a partir do advento da pandemia e, mais recentemente, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, fez com que houvesse um desarranjo global. Isso, naturalmente, tem seu preço. É o caso dos alimentos, onde a gente vê um incremento bastante significativo e que deve ser uma tendência que deve durar muitos anos”, diz Ricardo.
*Radar Político365 com informações da Jovem Pan.
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