Na quarta-feira (24), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse ao Conselho de Segurança da ONU que “o futuro do mundo está sendo decidido na Ucrânia”. Ele advertiu que, se a Rússia vencer o conflito, levará a guerra para outros países.
– Nossa independência é sua segurança, a segurança do mundo inteiro – frisou Zelensky.
Ele fez um discurso por meio de videoconferência durante uma reunião que coincide com os seis meses do início da invasão russa a territórios ucranianos. O político insistiu que a Rússia deve retirar as tropas de seu país e ser responsabilizada pela ofensiva militar.
Zelensky enfatizou ainda o impacto internacional da guerra, tanto para o futuro, devido ao precedente que poderia criar, como para o presente imediato, por causa dos efeitos sobre a crise mundial de alimentos e energia e o risco de um desastre nuclear. Ele acusou a Rússia de “colocar o mundo à beira de uma catástrofe radioativa” por ter transformado “em uma zona de combate” a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que está sob o controle das forças russas quase desde o início da guerra.
Segundo Zelensky, a Rússia está fazendo uma “provocação” com bombardeios e o envio de “terroristas” para a área da usina, ameaçando assim toda a Europa e outras regiões vizinhas.
Assim como o embaixador do país na ONU, Sergiy Kyslytsya, havia feito na terça-feira (23), o líder ucraniano apoiou o envio de uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para Zaporizhzhia. Ele pediu que a agência assuma o “controle permanente” das instalações.
Zelensky falou ao Conselho de Segurança apesar das tentativas de última hora da Rússia de impedi-lo. Os russos argumentaram que, como todo mundo, o presidente ucraniano deveria estar no local da reunião presencialmente, em vez de discursar virtualmente. Entretanto, nenhum outro membro do Conselho apoiou essa posição quando o assunto foi submetido a votação, e 13 países foram favoráveis ao meio usado por Zelensky para se pronunciar. A China se absteve e a Rússia foi a única contrária.
A sessão foi aberta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que fez um balanço dos seis meses de guerra e de seus efeitos “devastadores”.
– Milhares de civis foram mortos e feridos, incluindo centenas de crianças. Muitos outros perderam a família, amigos e entes queridos. O mundo tem visto graves violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário serem cometidas sem responsabilidade. Milhões de ucranianos perderam suas casas e seus pertences, tornando-se deslocados internos ou refugiados – lembrou.
Guterres advertiu que as necessidades humanitárias se multiplicarão com a chegada do inverno e enfatizou que os ucranianos precisam de “paz e precisam dela agora”, mas ressaltou que deve ser uma paz que esteja de acordo com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.
*Radar Político365 com informações do Pleno News.
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