Após o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) ter feito uma declaração a empresários na qual foi acusada de elitismo, o pedetista negou, mais uma vez, as acusações e, na manhã desta quinta-feira (1º) publicou um vídeo em uma peça de campanha no Twitter com a seguinte afirmação “Esta é a verdadeira fala de Ciro sobre as favelas”.
Nesta quarta (31), o presidenciável deu uma palestra sobre economia na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e brincou que o público do evento era “gente preparada” e emendou: “Imagina explicar isso na favela”. A declaração gerou repercussão negativa e foi criticada por aliados dos adversários do pedetista na corrida eleitoral.
O vídeo publicado contém 6 minutos e 14 segundos. Nele, Ciro aparece no interior do estado da Bahia, onde ocorreu a Guerra de Canudos, e fala sobre o conflito, que durou entre 1896 e 1897. O objetivo da peça publicitária, segundo o título, é explicar o surgimento das favelas.
O presidenciável mostra a planta Faveleiro ou Favela, popularmente chamada de favela, que não resiste ao clima carioca. Para Ciro, o ponto de união entre a região onde a planta se encontra, no sertão nordestino, e as favelas é a miséria, o abandono e a injustiça.
O pedetista diz que, após a derrota de Canudos, os soldados que lutaram na guerra voltaram para o Rio de Janeiro e, sem emprego ou moradia, passaram a ocupar os morros perto do Centro da cidade.
– Os brasileiros pobres não podem continuar morrendo nessa guerra sem quartel – diz Ciro.
De acordo com ele, as elites da direita brasileira utilizam contra a população de favela a ganância, o preconceito e o esquecimento.
– Hoje, um Brasil cego fecha os olhos para os bairros da periferia, para as cidades da periferia e para os estados da periferia. Não veem que tirando as oportunidades dos pobres e das classes médias estão, sim, empurrando o Brasil, cada vez mais, para a periferia do mundo – declara no vídeo.
Para ele, o povo e o Brasil devem ser colocados no centro do progresso e das decisões mundiais.
– Eu peço a Deus uma virada de consciência em todos nós – diz.
O candidato aproveitou para seguir sua estratégia e fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, segundo ele, abandonam os pobres e distribuem migalhas aos “miseráveis”, respectivamente. Além disso, ele aponta que ambos abandonam também a classe média.
*AE