O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marina Silva (Rede-SP), ex-ministra do Meio Ambiente durante o governo do petista, deram uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (12), após anos de afastamento. Marina anunciou seu apoio, de forma independente, à candidatura de Lula ao Palácio do Planalto.
– Olhando para o que está acima de nós, manifesto meu apoio de forma independente ao candidato e futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Compreendo que neste momento crucial da nossa História quem reúne as condições para derrotar Bolsonaro e a semente maléfica do bolsonarismo é a sua candidatura – afirmou Marina se dirigindo a Lula.
Em uma crítica velada ao atual governo, a ex-ministra falou que o momento é de “ameaça à democracia”.
– Estamos vivendo aqui um reencontro político e programático. Porque do ponto de vista das nossas relações pessoais, tanto eu quanto o presidente Lula nunca deixamos de estar próximos e de conversar, inclusive, em momentos dolorosos de nossas vidas. Nosso reencontro político e programático se dá diante de um quadro grave da política do nosso país diante de uma ameaça, a ameaça das ameaças à nossa democracia – afirmou Marina.
Em seguida, o candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin tomou a palavra e agradeceu o apoio da ex-ministra. Lula foi o último a falar e citou um dia histórico.
– A democracia pode acontecer, mesmo quando tem divergências pontuais. Hoje é um dia histórico para o PT, para a nossa candidatura, para o fortalecimento da democracia – afirmou.
O petista também falou sobre o afastamento entre ele e Marina nos últimos anos.
– De vez em quando na política tomamos decisões de percorrer determinados caminhos, nem sempre a gente se encontra, mas também há momentos na História em que a gente se reencontra. E ele é importante não só pela qualidade do programa que a Marina apresenta. Mas muito mais pelo momento político que vivemos.
O ex-presidente falou que seu programa ambiental foi incrementado com o plano apresentado por Marina.
– Questão ambiental será levada muito a sério com a inclusão das propostas da Marina… Não haverá mais garimpo ilegal neste país, propomos a criação do Ministério da Segurança Pública – disse.
AFASTAMENTO
Ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, Marina Silva deixou o cargo para representar o Senado pelo Acre, seu estado de origem, alegando divergências com a gestão petista. À época, ela argumentou que faltava apoio para avançar na agenda ambiental.
Em 2009, deixou o PT para se filiar ao PV e, mais tarde, ajudar a fundar a Rede.
Candidata à Presidência em 2014 e 2018, ela enfrentou duros ataques de petistas, em especial na campanha de Dilma Rousseff à reeleição, na propaganda então comandada pelo marqueteiro João Santana, hoje contratado pelo candidato do PDT, Ciro Gomes.
O ressentimento dominou a relação de Marina com o PT até recentemente, quando a Rede decidiu apoiar a candidatura de Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo, e ela se lançou candidata a deputada federal pelo estado.
Marina chegou a ser cotada como “vice dos sonhos” por Haddad e até por Ciro, mas optou por disputar a Câmara dos Deputados e ajudar seu partido como “puxadora de votos”.
*Radar Político365 com informações do Pleno News.
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