Os candidatos ao governo de Pernambuco deram continuidade à campanha eleitoral no estado nesta quinta semana após o registro oficial das candidaturas.
Eles postaram em redes sociais, falaram no horário eleitoral na TV e no rádio e participaram de entrevistas e outros eventos.
A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações dadas durante a semana pelos candidatos que aparecem numericamente à frente na última pesquisa Ipec. A ordem dos candidatos segue a da pesquisa.
Leia as checagens da semana:
Marília Arraes (Solidariedade)
“O IPVA de Pernambuco é o mais caro do Brasil, um dos mais caros do Brasil.” (sabatina no NE1, em 13/09)
A declaração é #FAKE. Veja por quê: A alíquota do IPVA de Pernambuco não é a maior do Brasil, nem está entre as maiores. De acordo com a Secretaria da Fazenda de Pernambuco, o percentual do imposto para automóveis de passeio em Pernambuco é de 3% sobre o valor de mercado do veículo.
Esse valor é disponibilizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a chamada Tabela Fipe, por meio de cálculo que leva em consideração a variação média dos preços de referência da base tributável.
A alíquota de Pernambuco é a 13ª menor do Brasil, posição compartilhada com outros sete estados, que também cobram 3% sobre o valor de mercado dos automóveis. As taxas de IPVA mais altas são cobradas por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, estados que cobram 4% sobre o valor da Tabela Fipe.
Raquel Lyra (PSDB)
“A Região Metropolitana do Recife é a mais pobre entre todas as mais pobres do Brasil.” (sabatina no NE1, em 15/09)
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: O Grande Recife não é a região metropolitana do país com o maior percentual de pessoas abaixo da linha da pobreza.
Dados do boletim Desigualdade nas Metrópoles, publicado pela PUC do Rio Grande do Sul em parceria com o Observatório das Metrópoles e a RedODSAL, mostram que o Recife tem o maior número de pessoas em situação de extrema pobreza: 13%. Além deles, 39,7% dos recifenses estão abaixo da linha de pobreza. Isso totaliza 52,7% da população.
Já a Região Metropolitana de Manaus, embora tenha 11,1% da população no nível de extrema pobreza, tem 41,8% no nível de pobreza. Na soma, a capital do Amazonas tem 52,9% da sua população em uma das duas classificações.
A pesquisa considera como pobres moradores de domicílio cuja renda per capita seja inferior a R$ 465. Se enquadram em pobreza extrema domicílios com renda per capita abaixo de R$ 160.
Anderson Ferreira (PL)
“A maior nota do Ideb da Região Metropolitana é [de] Jaboatão.” (sabatina no NE1, em 14/09)
A declaração é #FAKE. Veja por quê: Segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), medido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a rede municipal de ensino de Jaboatão não tem os melhores resultados do Grande Recife.
Nos anos iniciais, Itapissuma tem nota de 5,9, enquanto Jaboatão pontuou 5,3, sendo a cidade governada por Anderson Ferreira a segunda mais bem colocada. Com relação aos anos finais, Jaboatão tem nota 4,6, o quarto melhor resultado, atrás do Recife (4,7), Igarassu (4,7) e Itapissuma (6,1).
Danilo Cabral (PSB)
“”Como secretário de educação, promovi uma verdadeira revolução na educação de Pernambuco, fazendo chegar escolas em tempo integral a todas as cidades do estado.” (postagem no Twitter, em 13/09)
A declaração é #FAKE. Veja por quê: A gestão de Danilo Cabral como secretário de educação, entre 2007 e 2010, na primeira gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB), aumentou o número de escolas integrais, mas não fez a modalidade chegar a todas as cidades do estado.
Em 2007, Pernambuco tinha 20 unidades de ensino integral, segundo um estudo publicado pelo Instituto Natura e pelo Centre for Public Impact. Em 2011, após a passagem do candidato pela Secretaria de Educação, o estado tinha 174 escolas de referência, sendo 65 de tempo integral e 109 de tempo semi-integral, como mostra balanço publicado na época pelo governo.
Portanto, numericamente, não era possível haver uma escola em cada um dos 184 municípios do estado e em Fernando de Noronha. Atualmente, o estado tem 300 escolas com jornada integral ou semi-integral, segundo o site da Secretaria de Educação – abrangendo todas as cidades.
Miguel Coelho (União Brasil)
“Petrolina é hoje a cidade que tem o melhor Ideb do estado, das grandes cidades.” (sabatina no NE1, em 12/09)
A declaração é #FATO. Veja por quê: Apesar de não ter os melhores resultados do estado no Ideb, a rede municipal de ensino de Petrolina tem as melhores notas entre as grandes cidades, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são aquelas que têm população maior que 100 mil habitantes.
Segundo o índice, a cidade teve, em 2019, nota 6,2 nos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, e 5,2 nos anos finais, do 6º ao 9º ano.
Levando-se em conta todos os municípios do estado, incluindo aqueles com menos de 100 mil habitantes, a cidade está na 13ª posição nos anos iniciais do ensino fundamental, e na 28ª posição, com relação aos anos finais.
O Recife ocupa a 70ª posição nos anos iniciais, com nota 5,2, e a 45ª colocação nos anos finais, com a pontuação 4,7. Jaboatão, segunda cidade mais populosa do estado, está no 61º lugar entre os anos iniciais, com Ideb de 5,3, e na 87ª posição nos anos finais, cuja nota é de 4,6.
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