A eleição para o segundo turno em Pernambuco trouxe uma nova configuração entre o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e a sua até então adversária, Marília Arraes (Solidariedade). Nesta sexta-feira (14), os dois apareceram no mesmo palanque, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cumpre agenda de campanha no Recife. Durante uma coletiva de imprensa, que atrasou mais de 1h, Lula dividiu uma mesa com João, Marília e o senador Humberto Costa (PT) – que chegou a trabalhar ativamente contra a candidatura da ex-petista ao Governo de Pernambuco quando eles ainda eram correligionários.
Botando panos quentes na briga política, Lula foi questionado por jornalistas sobre como conseguiu construir a aliança entre João e Marília. Quando o PSB anunciou seu posicionamento para o segundo turno, inclusive, não citou o nome de Marília em nota, mas ponderou que aguardaria uma postura de Lula.
Ao tratar do assunto, Lula lembrou de quando teve que ir pedir o apoio de Leonel Brizola para o segundo turno e citou Paulo Freire. “O momento mais difícil da minha vida foi quando eu tive que ir pedir para o Brizola me apoiar no segundo turno. Ele estava muito magoado porque tinha perdido. Ele demorou umas oito horas para tomar a decisão. Foi uma atitude honesta, coerente e corajosa do PSB de Pernambuco. A lição do Paulo Freire é juntem os divergentes para vencer os antagônicos. Não conheço a adversária da Marília, mas o que eu sei é que todos os que apoiam Bolsonaro estão apoiando ela”, declarou o ex-presidente, lembrando que João e Marília podem ter um desentendimento sanguíneo, mas neste caso deixada de lado.
“Estou aqui porque eu preciso que ela ganhe e ela precisa que eu ganhe. Se a gente conseguir reconstruir a governança que eu e Eduardo Campos tivemos, o Estado de Pernambuco vai ser muito melhor”, emendou Lula, fazendo ainda menção sobre o índice de produção da indústria automobilística e a conclusão da Transposição do São Francisco.
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