O presidente da China e secretário-geral do Partido Comunista, Xi Jinping, foi reeleito para um terceiro mandato de cinco anos, agora com ainda mais poderes sobre o controle estatal, sociedade e economia.
Ele apresentou neste domingo (23) os quatro novos membros do Comitê Permanente do Politburo, um órgão que constitui a liderança máxima da legenda.
Além de Xi, número 1 do partido, e Zhao Leji (número 3) e Wang Huning (4), que permanecem no comitê, os novos membros são Li Qiang (2), Cai Qi (5), Ding Xuexiang (6) e Li Xi (7), conforme anunciou presidente à imprensa em evento no Grande Salão do Povo em Pequim.
Os números 2, 3, 4 e 7 do Partido Comunista da China (PCCh) até agora – Li Keqiang, Li Zhanshu, Wang Yang e Han Zheng, respectivamente – se aposentaram devido à idade.
No mais alto corpo de poder do gigante asiático não há sequer uma mulher – e nem mesmo no Politburo, pela primeira vez em 25 anos – e qualquer sinal de oposição a Xi desapareceu com as exclusões do vice-primeiro-ministro Hu Chunhua, o único representante da facção do ex-presidente Hu Jintao, e do atual primeiro-ministro (já de saída), Li Keqiang.
Dessa forma, o líder chinês retira dos altos escalões os representantes da Liga das Juventudes Comunistas, considerada a facção mais liberal e pragmática da liderança do país.
Em um conjunto de movimentos colocados em prática durante a reunião partidária que durou uma semana, Xi aposentou dois altos funcionários do governo com perfis mais moderados e manteve assessores alinhados às suas duras políticas diplomática e de segurança nacional. Além disso, o líder chinês não deu nenhuma pista de que pretenda deixar o cargo mesmo ao final de mais um mandato.
– A China entrou em uma nova era. A era do “Xi máximo” – disse Neil Thomas, analista de política chinesa do Eurasia Group. Desde que assumiu a liderança do partido no final de 2012, Xi transformou a China, expurgando potenciais rivais, esmagando a dissidência e reafirmando o papel central do PCC na sociedade.
DISCURSO
Em um discurso breve e sóbrio perante a imprensa para apresentar os novos membros do Comitê Permanente, o líder chinês desfiou seus slogans habituais e instou o partido comunista centenário a continuar “florescendo em sua própria revolução” e “tornar-se a espinha dorsal mais forte e confiável do povo chinês”.
– Diante de novos desafios neste novo caminho, devemos permanecer em alerta máximo, sempre manter a sobriedade e a prudência e avançar com uma governança partidária rigorosa e compreensível – disse Xi.
O presidente chinês declarou também que o mundo “enfrenta desafios sem precedentes”, acrescentando que “a China não pode se desenvolver sem o mundo, e o mundo também precisa da China”.
– Após mais de 40 anos de esforços incessantes de reforma e abertura, criamos dois milagres de rápido desenvolvimento econômico e estabilidade social de longo prazo. Neste momento, a economia chinesa é resiliente e tem grande potencial e capacidade de manobra – garantiu.
Além disso, assegurou que as portas da China continuarão se abrindo, enquanto o país continuará “criando oportunidades para o resto do mundo” por meio de seu próprio desenvolvimento.
*EFE e AE