Peça-chave da campanha de Lula (PT) no segundo turno, Simone Tebet (MDB) disse que mergulhou em um abismo quando passou a apoiar o petista e classificou o movimento como a decisão mais arriscada da carreira. Ela destacou que seu posicionamento não é uma forma de barganhar cargos em um eventual governo petista.
“Eu sabia que seria a decisão mais importante e mais arriscada da minha vida política. Eu praticamente mergulhei num abismo, pulei de um penhasco político, mas o fiz por convicção, e não por cargo”, comentou em entrevista à Veja.
Candidata mais votada fora da polarização entre os principais adversários, Tebet pode transferir grande parte dos seus 4,9 milhões de votos ao petista. “A decisão de apoiar o Lula em si não foi difícil, mas sabia que era o movimento de maior custo político dos meus vinte anos de mandatos consecutivos e 35 anos de política”, avaliou.
Representante do agronegócio no Senado, ela acredita que Lula se arrependeu pela crítica “absolutamente infeliz” aos latifundiários. O petista chegou a chamar de fascistas os produtores que não respeitam a legislação.
“Jamais defenderei cegamente quem quer que seja. Não é porque estou com o presidente Lula que vou defender os equívocos dele. Eu não faço isso nem com as minhas filhas”, complementou.
LeiaJá