A vice-governadora eleita de Pernambuco, Priscila Krause (Cidadania), apresentou, na tarde de hoje, o balanço do trabalho realizado pela equipe de transição entre os governos de Paulo Câmara (PSB) e Raquel Lyra (PSDB).
Em coletiva de imprensa no Escritório da Transição, no bairro de Santo Amaro, no Recife, ela mostrou dados sobre a situação do Estado em diversas áreas e as ações que o Executivo vem realizando, destacando os desafios em cada segmento. Também defendeu a necessidade uma reforma administrativa para melhorar os gastos públicos. As informações são do Blog da Folha.
Krause começou a apresentação lembrando que mais da metade da população pernambucana vive em situação de pobreza, com 18% em estado de miséria. Além disso, ela afirmou que o Estado tem hoje mais de 400 obras paralisadas e que, com elas, já foram gastos R$ 5 bilhões. Um aspecto que chamou a atenção da equipe de transição foram as medidas tomadas já durante o processo de transição, após as eleições.
“Durante a transição, a gente encontrou fatos relevantes. O pagamento de R$ 400 milhões em obras de drenagem em Suape, um processo que teve início em 2011 ainda e, no final do período eleitoral, se chegou a um desfecho jurídico, num acordo que foi feito e que representou quase meio milhão de reais. Uma inelegibilidade de licitação de R$ 84 milhões para obras no Complexo do Curado. Desapropriações de imóveis feitas às pressas. Nós pedimos a suspensão desse processo, mas o que houve foi uma mudança do status desses processos, inclusive, num status de sigilo”, afirmou, acrescentando que pediu mais informações sobre a doação do terreno hoje ocupado pelo Espaço Ciência, mas não teve o ofício respondido.
Outro tema bastante lembrado pela vice-governadora eleita foi a qualidade dos gastos públicos deste segundo semestre de 2022. De acordo com ela, os últimos meses foram marcados por contratações e convênios que comprometem a liquidez fiscal.
“Não foi ação de cautela. Pelo contrário, houve aumento das despesas de maneira relevante. Por isso, pedimos como providências, como a solicitação de suspensão de atos administrativos-pessoal com despesas que não forem essenciais e informar aos órgãos de controle com a devida documentação para providências, incluindo o Ministério Público e o Tribunal de Contas para acompanhar os últimos dias de gestão”, disse. “Em vez de ação responsável, [o Governo] acelerou contratações”.
Questionada sobre a possibilidade de reduzir as despesas do Estado, Krause disse que, primeiro, é necessário “arrumar a casa”. “Pernambuco hoje é uma casa desarrumada. E essa arrumação vai passar por várias ações administrativas. A questão de redução dos gastos vai passar por um escopo de uma reforma administrativa que o novo Governo vai fazer para a possibilidade de trabalho”, ressaltou.