A música popular de Pernambuco, a nossa ciranda de Mestre Baracho, Lia de Itamaracá, Dona Duda, João Limoeiro, Santino, Mestre Biloco, Zé Duda e tantos outros nomes, que cantaram esse gênero genuinamente pernambucana, tem um novo capítulo escrito nos anais da produção musical brasileira.
O disco de Mestre Bi e a Ciranda Bela Rosa, intitulado – o mundo de um cirandeiro – produzido e lançado pela Matinada Records, é um dos melhores discos lançados em 2022, em lista publicada pela FOLHA DE SÃO PAULO, organizada por seis críticos de música. Cada um deles apresentaram seus cinco destaques, formando uma lista de 24 nomes/trabalhos, devido o aparecimento do mesmo nome em várias listas. Participam deste seleto grupo, nomes como: Gloria Groove, Poze do Rodo, Planet Hemp, Xênia França, Bad Bunny e Rosalia, entre outros.
O reconhecimento, torna-se maior quando observado outros aspectos desse trabalho, onde todos os envolvidos neste projeto são do interior, como os músicos, oriundos das filarmônicas e de brincadeiras como o maracatu, o Mestre Bi, que além de cirandeiro é também mestre do Maracatu de baque solto Estrela Brilhante, de Nazaré da Mata. A fotografia do disco é assinada por Léo Lima, lá do agreste central, do município de Taquaritinga do Norte e a produção musical por Felipe Vieira, também nazareno, ficando a produção executiva e designer gráfico de Alexandre Veloso de Goiana, que também comanda o selo Matinada Records.
O projeto do disco foi realizado com o incentivo do Funcultura, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, é composto por 12 faixas e teve a participação de Maciel Salú, Gal Menezes, Marcela Souza, João Paulo Rosa, Ronaldo Souza, entre outros, com festa de lançamento realizada em 30 de abril deste ano, no parque do lanceiro em Nazaré da Mata. O repertório traz dez cirandas, um samba em 10 e uma marcha de maracatu de baque solto, e pode ser encontrado em todas as plataformas digitais.
Quem é de interior, a pouco tempos passados, via a capital do estado e além mar, algo muito distante, distante até para o pensamento, que não ase atrevia a ir além dos limites da sua cidade. Fazer arte até era permitido, desde que no módulo “popular” nos brinquedos e brinquedos de terreiros e periferias. Agora estamos no mundo, físico e digital, estamos por que conquistamos, com trabalho e talento.
Confira a matéria no site da Folha de São Paulo: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/12/veja-os-melhores-discos-de-2022-segundo-criticos-convidados-pela-folha.shtml