Nomeada pelo governo Lula como ministra das mulheres, Aparecida Gonçalves, trouxe à tona, novamente, uma fala repercutida pelo presidente, durante sua campanha eleitoral. Em 2022, o chefe do executivo afirmou que o aborto deveria ser transformado em uma questão de saúde pública e que os brasileiros não deveriam ter vergonha disso.
Nesta terça-feira (3), em entrevista à Folha de S.Paulo, Aparecida também defendeu o aborto como questão de saúde pública e disse que qualquer discussão sobre o procedimento no Congresso e no Senado pode ser como um retrocesso mais do que um avanço.
– Para nós, a questão do aborto é uma questão de saúde pública. É importante pensar que nós estamos terminando um ano em que o Estatuto do Nascituro estava aí no Congresso e nós quase perdemos. Se nós tivéssemos perdido ali, naquele debate, o aborto teria sido encerrado de todas as formas. O que for possível avançar, nós vamos avançar. Agora, se for para retroceder é melhor a gente assegurar o que está garantido em leis – argumentou.
Questionada sobre como faz para conversar com as mulheres alinhadas ao discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro, Aparecida respondeu:
– Nós vamos ter que dialogar com todas as mulheres. O Estado brasileiro e o governo têm que elaborar políticas públicas. Então quando nós ampliarmos o número de delegacias especializadas, as delegadas não vão perguntar “você votou no Lula ou você votou no Bolsonaro?”, “você vai na igreja ou você não vai na igreja?”. Não vamos fazer uma disputa ideológica como foi colocada. Não é essa a intenção, a disputa ideológica terminou com as eleições – concluiu.
Pleno News