O príncipe Harry revelou em sua autobiografia que matou 25 talibãs quando serviu no Afeganistão como piloto de helicóptero. A notícia veio à tona em trechos do livro divulgados, nesta sexta-feira (6), pela imprensa britânica.
A autobiografia, intitulada Spare (Sobressalente, em tradução livre), provocou um grande debate na imprensa do Reino Unido devido aos detalhes revelados e ao seu impacto na Casa Real.
Tanto a grande imprensa como os tabloides britânicos deram grande espaço e manchetes ao relato de Harry sobre sua missão no Afeganistão em 2012 e 2013.
O príncipe afirmou ter participado em seis missões, todas elas envolvendo mortes, as quais considerou justificáveis.
– Não foi uma estatística que me encheu de orgulho, mas também não me deixou envergonhado. Quando me vi imerso no calor e na confusão do combate, não pensei naqueles 25 como pessoas. Eram peças de xadrez retiradas do tabuleiro, pessoas ruins eliminadas antes de poderem matar as boas – escreveu o Harry, de 38 anos.
A imprensa local questionou se foi correto contar as pessoas que ele matou no Afeganistão, devido ao risco de segurança envolvido. O tabloide The Sun afirmou que o príncipe não só arriscou a sua segurança, como traiu os seus colegas do Exército britânico que também serviram na linha de frente no Afeganistão.
De acordo com a Reuters, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Afeganistão, Abdul Qahar Balkhi, criticou o depoimento de Harry. Por meio de um comunicado, nesta sexta-feira, ele afirmou que “a ocupação ocidental do Afeganistão é realmente um momento odioso na história da humanidade”.
– A ocupação ocidental do Afeganistão é realmente um momento odioso na história da humanidade, e os comentários do príncipe Harry são um microcosmo do trauma vivido pelos afegãos nas mãos das forças de ocupação que assassinaram inocentes sem qualquer responsabilidade – destacou.
MAIS REVELAÇÕES
Entre outras revelações, Harry diz que consumiu drogas na adolescência, como cocaína e maconha, e que até consultou uma mulher com “poderes”, sem citar seu nome ou dizer se era uma vidente. Segundo essa mulher, sua mãe, a falecida Diana, aprovava a sua decisão de começar uma nova vida nos Estados Unidos com a esposa, a atriz americana Meghan Markle.
Harry observou também que ele e o irmão, William, uma vez pediram ao pai para que não se casasse com Camilla Parker-Bowles, mas que Charles ignorou o pedido. O casamento ocorreu em abril de 2005, na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor.
A autobiografia, escrita por JR Moehringer a partir do que Harry lhe disse, alega que o agora Charles III uma vez brincou com o filho caçula dizendo: “Quem sabe se eu sou o seu verdadeiro pai?”.
Harry acrescentou que esta era uma piada de “mau gosto” por causa de rumores sobre um caso que Diana teria tido com o oficial de cavalaria James Hewitt.
Alguns jornais especularam, anos atrás, que Harry poderia ser filho de Hewitt, algo fortemente negado pelo próprio príncipe e também pelo oficial de cavalaria.
*EFE