Após a exoneração em massa de comissionados do governo Paulo Câmara (PSB), a governadora Raquel Lyra (PSDB) aumentou o número de profissionais incorporados à máquina do Estado. A mudança segue prevista no texto de reforma administrativa enviado pela gestora à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Segundo o governo do Estado, o projeto prevê a manutenção do número de secretarias (27) e, para atender às novas áreas estratégicas, um quadro total de 12.088 ocupantes de cargos em comissão e funções gratificadas, representando um ajuste de 2,1% no organograma atual.
Primeiro ato da gestão Raquel Lyra, um decreto assinado pela governadora exonerou 2.754 nomes que ocupavam cargos comissionados na composição do governo anterior.
O governo do Estado diz que o maior número de comissionados não trará mais gastos, vide a economia de R$ 150 milhões decorrentes do Plano de Qualidade do Gasto Público, anunciado na quinta-feira (5) pela Secretaria da Fazenda.
Além dos gastos com mais comissionados, o governo também prevê o aumento de 43% da gratificação das funções técnico-pedagógicas da rede pública estadual de ensino, que são os responsáveis pela gestão das escolas.
O teto para tais gratificações passa, conforme a proposta da governadora, de R$ 2,1 mil para R$ 3 mil. O texto prevê que o detalhamento dessas gratificações será normatizado via decreto, conforme cargos e critérios de porte da escola, por exemplo.
Em comparação com a gestão anterior, a nova administração cria 169 novos cargos, além de aumentar o gasto anual com essas remunerações em R$ 25 milhões. O custo total com cargos comissionados passará a ser de R$ 160 milhões por ano.
Entre os cargos comissionados, estão 117 cargos com salários de até R$ 13 mil. Na proposta, Raquel mantém as 27 secretarias estaduais — com os titulares recebendo vencimentos de R$ 18 mil, um aumento de R$ 5 mil em relação ao que era pago até o final de 2022 — e cria mais 15 secretarias executivas que ainda não existiam no organograma.
Segundo fontes da Alepe que não quiseram se identificar, chama a atenção o fato de a reforma administrativa prever um aumento no número de cargos de maior remuneração — com vencimentos de, no mínimo, R$ 7.129 —, que passa de 362 para 482.
Radar Político365 com informações do JC Online e FolhaPE