Na última terça-feira (24), o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, convocou os líderes que estavam na Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) a abordar a situação do deslocamento de venezuelanos, uma realidade que “não pode ser ignorada”.
Em seu discurso perante o plenário da Celac, em Buenos Aires, Benítez pediu um “diálogo sincero”. Ele lembrou que, “assim como preocupam” os atos de violência ocorridos no Peru e no Brasil, “também causa inquietação” o êxodo massivo da Venezuela.
– Não podemos olhar para o lado, quando mais de 7 milhões de venezuelanos deixaram suas casas pedindo refúgio – declarou o presidente paraguaio.
Essa foi sua última participação no fórum, uma vez que seu mandato termina este ano.
Benítez também lembrou que, segundo o ACNUR (agência da ONU para refugiados), a migração venezuelana é a segunda maior crise de deslocamento externo do mundo, depois da Síria.
O discurso do presidente foi transmitido nas redes sociais do Ministério das Relações Exteriores do Paraguai.
Os preparativos para a cúpula foram marcados por polêmicas na Argentina, depois que a oposição ao governo de Alberto Fernández denunciou as violações dos direitos humanos dos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; de Cuba, Miguel Díaz-Canel; e da Nicarágua, Daniel Ortega.
Por fim, dos três líderes, apenas Díaz-Canel participou do fórum, que aconteceu em meio a fortes medidas de segurança devido aos protestos de manifestantes.
Tanto Fernández quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderam o fortalecimento da integração regional em um clima de diversidade e diálogo.
Abdo Benítez também quis “reforçar uma ideia” que, segundo disse, “deveria ser a pedra angular de qualquer processo integracionista”. Nesse sentido, ele destacou que “a democracia, como sistema de governo, embora comece com eleições livres, periódicas e transparentes, não termina aí”.
– O verdadeiro desafio é exercer o poder garantindo a pluralidade política, a dignidade humana, a liberdade de expressão, o respeito ao Estado de Direito, à separação e à independência dos poderes – completou.
Por fim, Benítez pediu que se estabeleça um “espaço sincero de integração e não de ingerência”, porque o Paraguai acredita em uma “integração na qual se respeite a democracia e se respeitem os direitos humanos”.
*EFE