A diplomacia chinesa está aumentando seus esforços para influenciar os órgãos de direitos humanos das Nações Unidas encarregados de garantir o cumprimento das convenções internacionais, como o Comitê contra a Tortura. A denúncia foi feita, nesta quarta-feira (25), pelo Serviço Internacional para os Direitos Humanos (ISHR).
Segundo um relatório publicado por essa ONG, diplomatas e funcionários chineses de alto escalão tentam “perturbar, limitar e reduzir” o trabalho desses órgãos, que incluem também os comitês das Nações Unidas contra a discriminação contra as mulheres e contra o racismo.
Entre as práticas utilizadas pela China, o relatório cita tentativas de reduzir o papel de ONGs independentes nesses comitês, em favor de outras que aparentam ser independentes; mas, na verdade, estão alinhadas com o governo chinês ou outros de seus aliados.
O documento também denuncia tentativas de intimidação de defensores de direitos humanos que colaboram com o Comitê contra a Tortura, ou obstáculos na forma de procedimentos rígidos contra o Comitê contra o Racismo quando este tentou investigar a repressão em minas de regiões chinesas como Tibete e Xinjiang.
O ISHR conclui seu relatório conclamando os Estados-membros da ONU a garantir eleições transparentes dos especialistas que compõem esses comitês (geralmente advogados especializados em direitos humanos) e esforços dentro dos próprios órgãos para manter sua independência de pressões externas.
*EFE