Dentre os candidatos a governador de Pernambuco que não se elegeram, Anderson Ferreira foi quem melhor se saiu, mesmo ficando na terceira colocação. É bem verdade que Marília Arraes foi ao segundo turno e Danilo Cabral e Miguel Coelho tiveram votações parecidas com a de Anderson, mas quando se observa o cenário, não é apenas o contexto eleitoral, mas as nuances políticas que irão ditar o futuro de cada um a partir de então, entende-se o que motiva a posição privilegiada do ex-prefeito de Jaboatão no tabuleiro político estadual.
Anderson tem o controle do maior partido do Brasil, o PL, que lhe confere significativo tempo de televisão e um grande capital político para as eleições de 2024, ainda que não esteja na disputa. Os maiores colégios eleitorais do estado passarão pelo crivo de Anderson Ferreira, que liderará as negociações quanto ao destino de seu partido, a exemplo de Recife, Jaboatão, Caruaru e Petrolina, ficando apenas em alguns dos maiores municípios de Pernambuco.
Essa é a diferença substancial de Anderson para Miguel Coelho, por exemplo, que não detém o controle do União Brasil, e certamente dependerá de terceiros ou mudar de legenda para manter um projeto majoritário para 2026. O mesmo acontece com Danilo Cabral e Marília Arraes, que ao serem derrotados perderam a condição de apresentar projetos majoritários porque existem outros atores no seu campo político com maior envergadura, a exemplo de João Campos e Humberto Costa.
Se fizer o dever de casa elegendo um número significativo de prefeitos no próximo ano, Anderson Ferreira chegará fortalecido em 2026 tanto para disputar novamente o Palácio do Campo das Princesas quanto para almejar uma das duas vagas ao Senado na disputa estadual.
Fonte – Blog Edmar Lyra