O presidente Lula (PT) confessou não querer o “compromisso” de indicar uma mulher ou um negro para a vaga do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). No café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira (6), o petista afirmou que não vai levar em consideração aspectos identitários para sua indicação à Suprema Corte.
– Se eu for responder o que você [jornalista] perguntou, eu estarei criando um compromisso que eu não quero ter agora. Se vai ser negro, se vai ser negra, se vai ser mulher, vai ser homem, é um critério que eu vou levar muito em conta na escolha, mas não te darei nenhuma referência, porque, se eu der referência, eu estarei carimbando a futura pessoa que vai ser ministra ou ministro da Suprema Corte – desconversou.
Lula restringiu o critério de sua escolha, principalmente, pelos aspectos do notório saber jurídico e sensibilidade social.
– Será uma pessoa altamente gabaritada do ponto de vista do jurídico. A pessoa tem que ter uma compreensão do mundo social, dos problemas sociais deste país. A pessoa tem que conhecer a realidade. Então, tem que ter o mínimo de sensibilidade social para assumir uma postura dessa, porque é muita responsabilidade – observou.
Na oportunidade, o presidente destacou que sua escolha não será “pensando num futuro problema do presidente da República” e alegou não ter pressa para definir o nome.
– O critério de escolha, a forma como vai ser escolhido para apresentar ao Senado, vai ser feito por mim, bem pensando, bem discutido. O nome que indicarei será certamente um nome que vai fazer justiça ao povo brasileiro. Jamais indicarei um ministro da Supremo Corte por conta de precisar de algum favor. Não foi assim com nenhum que indiquei e não será assim daqui pra frente – disse Lula.
Sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), o petista disse que foi orientado pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, a não pronunciar os nomes “nem da coisa e nem do coiso”.
Quanto à recepção de Bolsonaro no retorno ao Brasil, o presidente ironizou atribuindo a falta de engajamento popular à ausência de financiamento do combustível das motos, sugerindo que a motociata ocorria porque Bolsonaro, enquanto presidente, custeava.
– Agora ele tá livre para fazer motociata. Ele imaginava que ia ter uma grande recepção, que ia ter milhões de motocicletas. Como não tinha ninguém para pagar a gasolina, não tinha mais motocicleta. Fica mais difícil.
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