De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), a classe média ficou mais endividada e mais inadimplente na passagem de abril para maio.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrando o real cenário econômico do país.
Em maio de 2022, 77,4% dos brasileiros estavam endividados. Naquele ano, 18% se consideram muito endividados.
Os dados deste ano são maiores: 78,3% dos brasileiros estão endividados. A mesma média se repetiu nos últimos quatro meses. Entre as famílias inadimplentes em maio de 2023, 11,8% afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas já atrasadas, a maior proporção desde outubro de 2020.
Em nota, a CNC tenta explicar os números citando o encarecimento das concessões de crédito e as taxas de juros.
– O endividamento dos consumidores permanece estável desde dezembro do ano passado, especialmente por conta do encarecimento e da seletividade das concessões de crédito pelas instituições financeiras. A taxa média de juros das concessões de crédito às pessoas físicas alcançou 59,7% ao ano em abril, o maior percentual desde agosto de 2017, segundo dados do Banco Central – diz a entidade.
A Peic mostra também que o número de consumidores com dívidas em atraso aumentou em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 29,1% dos brasileiros.
CLASSE MÉDIA FOI A MAIS AFETADA
Ainda de acordo com a pesquisa, a classe média, com renda de três a cinco salários mínimos, tem 79,6% de endividados. Houve um aumento de 9 pontos em relação ao mês anterior.
Já quando o assunto é inadimplência, a classe média também registrou aumento, saindo de 27,3% para 27,7% em maio.
Entre os cidadãos com renda de até três salários mínimos, o número de endividamento é de 78,7% e de inadimplência é de 79,6%.
Na classe dos mais ricos também há número alto de pessoas com problemas financeiros. São 75% de endividados e 13,7% de inadimplentes..