A juíza Aileen Cannon decidiu que o julgamento do ex-presidente americano Donald Trump, por causa de documentos confidenciais encontrados na casa dele na Flórida, terá início em 20 de maio de 2024, pouco mais de seis meses antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Trump é candidato à indicação do Partido Republicano para enfrentar o atual presidente, o democrata Joe Biden, nas urnas nas eleições gerais de novembro de 2024 e a sua defesa tinha pedido a Cannon que adiasse o julgamento para depois dessa data eleitoral.
Em documento judicial incorporado nesta sexta-feira (20) ao resumo do processo, a juíza ordenou também a realização de uma audiência em 14 de maio de 2024 para discutir o calendário e outros pormenores do julgamento, que estava inicialmente previsto para começar em 14 de agosto.
A acusação tinha solicitado um adiamento para 11 de dezembro e pediu também para que a juíza não aceitasse a proposta da defesa de adiar o julgamento para depois do processo eleitoral.
Vários comentaristas da imprensa americana observaram que, se Trump ganhasse as eleições de 2024 sem que o julgamento tivesse sido realizado, poderia manobrar para conseguir a anulação do julgamento.
O julgamento ocorrerá no tribunal federal de Fort Pierce, uma cidade a cerca de 200 quilômetros ao norte de Miami, onde Cannon exerce a função de juíza, para a qual foi nomeada por Trump em 2020, quando este era presidente.
Trump será acompanhado no banco dos réus por Waltine Nauta, que foi sua assessora na Casa Branca e estava a serviço do ex-presidente quando Trump deixou a Casa Branca, em janeiro de 2021.
Ambos, que se declararam inocentes perante a juíza, são acusados de retenção e ocultação de documentos confidenciais, além de outras infrações relacionadas, que são puníveis com pena de prisão.
Trump enfrenta agora outro possível processo criminal por infrações relacionadas com o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, por uma multidão de apoiadores seus que queriam impedir a certificação da vitória de Joe Biden após as eleições de 2020.
O procurador especial Jack Smith disse a Trump, em carta, que ele é objeto de uma investigação do grande júri em Washington.
Trump alega ser vítima da “instrumentalização” do Poder Judiciário por parte do governo Biden para impedi-lo de chegar novamente à Casa Branca.
Fonte: Pleno News.
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