Uma reforma ministerial está prevista para o governo Lula (PT). Porém, além dos ministérios, a Caixa Econômica Federal (CEF) também pode passar por mudanças. Um dos nomes cogitados para ocupar a presidência, atualmente comandada por Rita Serrano, é o de Gilberto Occhi (PP). Consta em seu currículo ser ex-ministro da Saúde e também ex-presidente da CEF, no governo de Michel Temer (MDB).
Agora a indicação foi realizada por membros do próprio partido de Occhi. Arthur Lira (PP-AL), correligionário e presidente da Câmara dos Deputados, deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir, justamente, a alteração ministerial que o petista irá promover a fim de abrigar partidos do chamado Centrão.
Apesar da indicação ser considerada, por membros do governo, como “quase certa”, uma lembrança do período entre junho de 2016 e abril de 2018 veio à tona e permeia a possível escolha. Uma auditoria interna da Caixa relembrou que o ex-presidente do banco, no período citado, se aproveitou de seu cargo para favorecer interesses pessoais de aliados políticos e de familiares.
De acordo com o UOL, a apuração concluiu que Gilberto Occhi cometeu “patrocínio de interesses privados”. O veículo destacou ainda que houve “liberação de recursos para contratos imobiliários de uma empresa ligada a um deputado do PP, interferências em procedimentos do banco para destravar pedidos de aliados e até mesmo a atuação em operações de crédito do interesse de familiares” do próprio Occhi. Os valores que envolvem o ex-presidente da Caixa chegaram a R$ 1,7 milhão, em 2017.
Com o objetivo de investigar se houve ou não infração praticada no exercício de suas atribuições, um processo disciplinar foi aberto pela Corregedoria da Caixa no ano de 2019. No entanto, as investigações contra Occhi foram minimizadas.
O favorecimento aos interesses de seus familiares foi apurado em diligência administrativa pelo Conselho Disciplinar Especial da CEF, apenas como “imprudência”. Na época, Occhi recebeu apenas uma “punição de advertência, em um julgamento realizado em 2019”.
Nesse período, o governo de Jair Bolsonaro (PL) já estava em vigor e Pedro Guimarães presidia a Caixa Econômica.