O ministro da Justiça, Flávio Dino, terá que lidar com a resistência de parte do Palácio do Planalto se quiser ser indicado para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações da Folha de S.Paulo, embora ele seja apontado como favorito, uma parcela dos petistas defende que o escolhido seja o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Entre os que apoiam Messias está o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. Ambos são amigos do presidente e fazem parte do seu rol de conselheiros.
Eles argumentam que o atual AGU seria mais fiel a Lula e esteve ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em seus piores momentos, incluindo o impeachment. Também apontam que Messias foi atingido pela investigação da Lava Jato, sofrendo consequências pessoais e profissionais. Indicá-lo para a Corte, na visão deles, seria uma forma de recompensá-lo.
Além disso, Messias já ocupou cargos em governos petistas anteriores, como a subchefia para Assuntos Jurídicos da Presidência na gestão Dilma. Ele também atuou como interlocutor em favor do governo no Senado.
Por outro lado, Dino é considerado um nome com mais experiência jurídica, e isso conta a seu favor. Ele foi integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidente da Associação Nacional de Juízes Federais.
Outro cotado para a Suprema Corte é o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que conta com o apoio do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
No fim das contas, acredita-se que os fatores determinantes para a escolha de Lula serão a trajetória de seu indicado no Judiciário e a correlação de forças no STF.
O petista indicará o nome que substituirá Rosa Weber após sua aposentadoria compulsória em 2 de outubro, quando a ministra e presidente da Corte completará 75 anos de idade.