A ministra do Planejamento, Simone Tebet, negou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tenha interferido na liberação de um empréstimo da Corporação Andina de Fomento (CAF), no valor de 1 bilhão de dólares (R$ 5,15 bilhões), para favorecer a Argentina e atrapalhar o candidato de direita Javier Milei. À CNN, Tebet disse não ter recebido ligações de Lula.
– Lula não me ligou (…). Despachei com minha secretária de assuntos internacionais, que disse que os demais países votariam a favor – declarou.
A ministra acrescentou que não tratou do assunto com Lula presencialmente e que também não consultou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A secretária sobre a qual a ministra se referiu é Renata Amaral, chefe de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento da pasta. Teria sido Renata quem decidiu o voto do Brasil em consultas com a área técnica do Itamaraty e da Presidência.
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, a Argentina necessitava de um empréstimo-ponte para o Fundo Monetário Internacional (FMI) liberar um desembolso de 7,5 bilhões de dólares (R$ 38,56 bilhões). Diante disso, Lula teria determinado que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é a governadora do Brasil no CAF, autorizasse a operação.
A Argentina chega a reta final das campanhas para o primeiro turno das eleições em meio a uma disputa acirrada entre o candidato peronista Sergio Massa, ministro da Economia do atual governo, e Javier Milei. Nesta terça-feira (3), após a publicação da informação pelo jornal O Estado de São Paulo, Milei chamou o petista de “comunista furioso”.