Os Estados Unidos vetaram, nesta quarta-feira (18), uma proposta de resolução patrocinada pelo Brasil sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O projeto previa pausas humanitárias no confronto.
Segundo a diplomacia dos EUA, o veto se deve à ausência de menção ao direito de autodefesa de Israel, apoiado por Washington. Os Estados Unidos têm poder de veto por ser um dos membros permanentes do Conselho, ao lado de Rússia, China, Reino Unido e França.
– Os EUA estão desapontados que a resolução não cita o direito de autodefesa de Israel. Não podemos apoiar o avanço dessa resolução, mas continuaremos a trabalhar com os membros do conselho – disse a embaixadora Linda Thomas Greenfield.
– Estamos no terreno fazendo o trabalho duro da diplomacia – afirmou.
A resolução teve 12 votos a favor, 1 veto e 2 abstenções – de Rússia e Reino Unido. Dos membros permanentes, China e França votaram a favor do projeto brasileiro, como haviam indicado na véspera.
A resolução obteve o mínimo de 9 votos para aprovação, mas acabou barrada pelo veto dos EUA, um membro permanente do Conselho de Segurança. Para ser aprovada, uma resolução exige a aprovação de 9 dos 15 membros do órgão, e nenhum veto dos cinco com assento permanente – EUA, China, Rússia, França e Reino Unido.
Desde 2016 o conselho não emite uma resolução sobre o Oriente Médio, situação que coloca mais pressão sobre o órgão, criticado pela ineficiência em relação à Guerra da Ucrânia.
A Rússia criticou a proposta brasileira, e propôs duas emendas. Uma para incluir uma condenação a ataques a civis na Faixa de Gaza, citando o ataque ao hospital, e a segunda, para falar em cessar-fogo humanitário, em vez de uma pausa humanitária.
A primeira parte teve 6 votos a favor, 1 contra e 8 abstenções, sendo derrotada. A segunda parte também fracassou, após novo veto dos EUA – o placar total foi de 7 a favor, 1 contra e 7 abstenções.
A escalada de violência na região, que chegou ao 12º dia, já soma mais de 4 mil mortos, sendo 3 mil palestinos e 1.400 israelenses. A maioria é civil.
*AE