O governo Lula tem feito debates internos para mudar a meta fiscal de zero para um déficit de 0,25% do PIB em 2024. Na semana passada, o presidente disse que “dificilmente chegaria a meta zero” no próximo ano, conforme havia sido prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias elaborado pelo próprio governo prevê “déficit zero” no ano que vem – ou seja, que o governo gaste exatamente o que arrecadar, sem criar dívida.
O Ministério da Fazenda de Haddad ainda defende uma meta fiscal zero, e argumenta que, antes de mudar oficialmente a proposta, é preciso checar se o Congresso Nacional irá aprovar as medidas que permitiram zerar o déficit público no próximo ano.
Para a economista Juliana Inhazs, flexibilizar a meta arranharia a credibilidade do governo e prejudicaria o investimento no Brasil. A avaliação foi feita em entrevista a Natuza Nery no podcast O Assunto.
“O governo perde credibilidade que tem tentado ganhar ao longo deste ano”, diz. “A gente tem que lembrar que o presidente Lula foi eleito em uma disputa acirrada. Então ele já não tem mais o apoio que ele tinha lá nos dois primeiros mandatos […] Mudar a meta agora faz com que essa credibilidade que o governo tem tentado construir desde o começo do ano fique abalada”, concluiu.