A comunidade judaica está organizando, em Londres, uma grande marcha contra o antissemitismo, a ser realizada no domingo, 26 de novembro. Os judeus que trabalham na BBC, porém, não poderão comparecer ao que provavelmente será a maior manifestação britânica contra o antissemitismo desde 1936.
Os funcionários que trabalham na empresa e que solicitaram permissão para ir à marcha contra o antissemitismo em Londres foram submetidos a regras de imparcialidade da empresa, de acordo com as quais a redação “não deve participar de manifestações públicas ou reuniões sobre assuntos polêmicos”.
Um dos funcionários da BBC afirmou que muitos colegas judeus pediram permissão para participar da marcha e foram informados de que não poderiam ir.
O incidente provocou reações e acusações de que a BBC trataria o antissemitismo de forma diferente de outras formas de racismo.
A empresa tem gerado controvérsias e reclamações desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, entre outros motivos pela sua recusa em se referir ao Hamas como uma organização terrorista, mesmo depois do massacre de 7 de outubro.
Em meio às críticas, um porta-voz da empresa deu a seguinte declaração:
“A BBC deixa claro que o antissemitismo é abominável. Estabelecemos orientações sobre marchas, o que explica que diferentes considerações se aplicam dependendo do que você faz para a BBC” […] Corporativamente, não emitimos nenhum comunicado de equipe sobre nenhuma marcha específica deste fim de semana, mas isso não significa que discussões que considerem a orientação não tenham ocorrido entre colegas.”
Os funcionários que queriam participar da marcha contra o antissemitismo ficaram indignados, principalmente porque muitos funcionários da BBC participaram de marchas pró-Palestina nas últimas semanas.
Os que criticam a posição da corporação em relação à marcha contra o antissemitismo, a ser realizada no dia 26, salientam que as próprias diretrizes da BBC dizem que “a oposição ao racismo é um princípio democrático fundamental”.
A acusação é de que a BBC usa dois pesos e duas medidas e que “os judeus não contam” quando se trata de enfrentar o racismo.
“Muitas pessoas aqui estiveram nas marchas pró-Palestina e ficam felizes em falar sobre isso no trabalho. As pessoas aqui parecem pensar que os sionistas são maus. Um colega disse que eu estava bem porque não era um verdadeiro sionista. Eles não têm a menor ideia”, desabafou uma das fontes do Dailymail.
Leo Pearlman, cofundador da produtora de televisão Fulwell 73, disse ao The Times que a abordagem da empresa mostrava uma “preocupante distorção da realidade e preconceitos subjacentes” e que “justamente quando se pensa que a BBC não consegue encontrar um novo nível de incompetência para afundar na sua reportagem e tratamento destas trágicas últimas seis semanas, eles parecem ter decidido traçar uma distinção clara entre o antissemitismo e todos os outros – ismo com esta diretiva ao seu pessoal”.
Fonte: O Antagonista
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