A PGR (Procuradoria-Geral da República) solicitou ao STF (Superior Tribunal de Justiça) o afastamento imediato do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), em virtude de uma denúncia que inclui crimes como peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão final ficará a cargo da ministra Nancy Andrighi. O pedido surge no contexto de suspeitas sobre Cameli liderar um esquema de fraude em licitações desde 2019, envolvendo pelo menos oito contratos governamentais nos últimos anos, resultando em um prejuízo estimado de R$ 150 milhões. A Jovem Pan entrou em contato com a Secretaria de Governo do Estado, mas não obteve resposta.
Segundo a denúncia de 175 páginas, Cameli teria orquestrado um esquema em que uma empresa, sem expertise local, obteve um contrato milionário de manutenção predial com o governo do Acre. Logo após a celebração do contrato, essa empresa teria contratado, de forma velada, a empresa do irmão do governador, beneficiando-a financeiramente. A PGR alega que o irmão de Cameli recebeu pelo menos R$ 4,4 milhões, destacando sobrepreço de R$ 8,8 milhões e superfaturamento de R$ 2,9 milhões no contrato. A investigação identificou transferências de valores entre a construtora contratada e a empresa do irmão do governador, totalizando R$ 1,6 milhão.
A denúncia também aponta que o dinheiro desviado foi usado para beneficiar diretamente o governador e seus familiares, incluindo o pagamento de parcelas do financiamento de um apartamento de luxo em São Paulo e de um carro de luxo, além de propina para o irmão do governador. Cameli está atualmente em Dubai, participando da COP28 como parte da comitiva do governo do Acre.
Fonte: Jovem Pan
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