Os chilenos rejeitaram neste domingo (17), em um referendo, a segunda proposta de uma nova Constituição para o Chile e decidiram manter a atual, herdada do período em que o país foi governado por Augusto Pinochet (1973-1990). A opção de aprovar o novo texto obtinha 44,24% dos votos quando 99,65% do total havia sido apurado.
A opção de rejeitar o texto, que endurecia o tratamento da migração ilegal e abria a porta para a revisão da lei do aborto, levou a melhor na maioria das 16 regiões do país, especialmente na capital, Santiago, e em Valparaíso, Atacama e Antofagasta, onde houve uma diferença de quase 20 pontos sobre o apoio à proposta.
Com esse resultado, o debate constitucional está encerrado durante o mandato de Gabriel Boric como presidente do país (2022-2026), porque o líder progressista já disse que não pressionará por um terceiro processo constituinte.
O partido conservador União Democrática Independente (UDI), que fez campanha a favor da nova proposta, foi o primeiro a reconhecer os resultados, e seu líder, Javier Macaya, declarou que os chilenos “não querem mudanças ou refundações constitucionais”.
– Vamos ver se depois de dois processos fracassados se consolida no Chile a necessidade de se chegar a acordos, porque o primeiro projeto [rejeitado] era da esquerda, e o segundo, da direita – disse Alberto Undurraga, presidente do partido de centro Democracia Cristã.
Essa segunda tentativa de ter uma nova Constituição para substituir a estabelecida em 1980 na era Pinochet começou em setembro de 2022, quando uma ampla maioria rejeitou em outro referendo um projeto escrito por uma convenção majoritária de esquerda que propunha uma mudança profunda no modelo do país.
*EFE