O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou, nesta quinta-feira (28), uma ação defensiva no Oceano Atlântico em resposta à chegada de um navio de guerra britânico à costa da Guiana, o que voltou a desencadear a tensão entre os países que mantêm uma disputa territorial.
– Ordenei a ativação de uma ação conjunta de toda a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) sobre o Caribe oriental da Venezuela, sobre a fachada atlântica, uma ação conjunta de caráter defensivo em resposta à provocação e ameaça do Reino Unido contra a paz e a soberania do nosso país – disse o mandatário.
O anúncio foi feito perante a cúpula militar, durante uma reunião transmitida obrigatoriamente pela rádio e televisão, na qual se comunicou com um grupo de militares que realizou “a primeira fase” desta operação, que consistiu em implantação sobre terras e águas do estado de Sucre.
Maduro não deu detalhes sobre o alcance e a duração dessa operação, mas insistiu que a chegada do navio britânico HMS Trent é uma “ameaça inaceitável” que é uma “ruptura” dos acordos que assinou com seu homólogo guianense, Irfaan Ali, no dia 14 de dezembro, quando prometeram não se ameaçar e evitar incidentes relacionados à disputa.
– A Venezuela não pode ficar de braços cruzados diante de uma ameaça, estamos respondendo de forma proporcional – assegurou, depois de reiterar que está comprometido com a diplomacia e a paz.
O líder chavista criticou que a Guiana tenha ignorado os pedidos da Venezuela para não aceitar a chegada do navio britânico às suas costas.
Minutos antes, o governo venezuelano tinha condenado esse fato em um comunicado, no qual pedia à Guiana “que tomasse medidas imediatas para retirar o navio e se abstivesse de continuar envolvendo potências militares na controvérsia”.
A disputa se agravou após a Venezuela ter aprovado no último dia 3, em referendo unilateral, a anexação da área em disputa, de quase 160 mil quilômetros quadrados que está sob o controle da Guiana e cuja polêmica está nas mãos do Tribunal Internacional de Justiça.
*EFE