A Agência Meteorológica do Japão suspendeu, nesta terça-feira (2), os alertas de tsunami para Ishikawa, para o restante da costa oeste da ilha principal do Japão, Honshu, e também para a ilha do norte de Hokkaido. Os alertas ocorreram em meio a uma série de fortes terremotos que atingiram o país e que deixaram pelo menos 50 pessoas mortas e milhares de edifícios, veículos e barcos danificados.
Autoridades alertaram que mais terremotos podem ocorrer. Réplicas do abalo continuaram a estremecer a província de Ishikawa e áreas próximas um dia após um tremor de magnitude 7,6 atingir a região na tarde desta segunda (1°).
Foram confirmadas 50 mortes em Ishikawa, segundo autoridades. Outras 16 pessoas ficaram gravemente feridas, enquanto os danos às casas eram tão grandes que não puderam ser avaliados imediatamente, disseram as autoridades. Relatos da mídia japonesa indicaram que dezenas de milhares de residências foram destruídas.
O porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, informou que 17 pessoas ficaram gravemente feridas e forneceu uma contagem ligeiramente menor de mortes, enquanto afirmava estar ciente da contagem da província.
Diversas áreas ainda estavam sem água, energia e serviço de celular, e os moradores expressaram tristeza por suas casas destruídas e futuros incertos. Além disso, ondas com mais de um metro atingiram alguns lugares. Pessoas evacuadas de suas casas se reuniram em auditórios, escolas e centros comunitários. Os serviços de trens-bala na região foram interrompidos, mas grande parte foi restabelecido nesta terça. Trechos de rodovias foram fechados. Meteorologistas previram chuva, gerando preocupações sobre edifícios e infraestrutura já desmoronados.
Vídeos mostraram fileiras de casas desabadas e viradas, navios meio submersos flutuando em baías onde ondas de tsunami haviam avançado, e a costa enlameada.
– Não é apenas uma bagunça. A parede desabou, e você pode ver até o cômodo ao lado. Acho que não podemos mais viver aqui – disse Miki Kobayashi, moradora de Ishikawa, enquanto varria ao redor de sua casa. Ela também mencionou que a casa já tinha sido danificada em um terremoto de 2007.
“PREPARADOS PARA DESASTRES”
Embora o número de vítimas continue a aumentar gradualmente, os alertas públicos rápidos, transmitidos por meio de mensagens e telefones, e a resposta rápida do público em geral e das autoridades parecem ter mantido pelo menos parte dos danos sob controle. Os esforços de resgate realizados rapidamente por bombeiros, policiais e militares são um testemunho de como esta nação suportou repetidamente desastres, que praticamente se tornaram parte de seu cotidiano.
Toshitaka Katada, professor da Universidade de Tóquio especializado em desastres, disse que as pessoas estavam preparadas, porque a área havia sido atingida por terremotos nos últimos anos. Eles tinham planos de evacuação e suprimentos de emergência em estoque.
– Provavelmente não há povo na Terra, exceto os japoneses, que esteja tão preparado para desastres – afirmou em uma entrevista por telefone à Associated Press.
Katada alertou que a situação ainda é precária e imprevisível. O terremoto e tsunami de março de 2011 no nordeste do Japão foram precedidos por outros terremotos.
– Isso está longe de terminar – disse.
*AE