Um recente relatório baseado em comunicações internas vazadas da Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero (WPATH) levantou sérias preocupações sobre a ética e a cientificidade das práticas adotadas pela organização no tratamento da disforia de gênero. O documento, intitulado The WPATH Files, foi divulgado pela organização sem fins lucrativos Environmental Progress, liderada pela jornalista britânica Mia Hughes.
O relatório, composto por 216 páginas, destaca a falta de rigor científico e ética na abordagem da WPATH em relação aos tratamentos de transição de gênero, especialmente em pacientes jovens e vulneráveis. As informações são do jornalista Benjamin Ryan.
Segundo Ryan, as mensagens internas e discussões internas vazadas da WPATH levam Hughes a acusar a organização de promover procedimentos médicos de alto risco, muitas vezes irreversíveis, sem a devida consideração aos potenciais danos, incluindo a infertilidade.
Segundo o relatório, membros da WPATH expressam publicamente confiança no tratamento de transição de gênero para menores, enquanto, em privado, demonstram incerteza e preocupação, pela falta de compreensão dos riscos a longo prazo por parte dos pacientes e, em alguns casos, dos próprios pais.
EFEITOS COLATERAIS DESCONHECIDOS
Os arquivos vazados revelam que o tratamento de transição de gênero é, pelo menos por vezes, concedido a pessoas com capacidade limitada de consentimento, incluindo pais que consentem em nome de seus filhos, apesar de não compreenderem as implicações do tratamento.
Além disso, o relatório cita membros da WPATH discutindo que o tratamento pode ter efeitos colaterais graves, e que os menores, muitas vezes, não compreendem ou não conseguem entender os riscos a longo prazo ou as implicações do tratamento.
A destransição, processo de reverter as mudanças realizadas durante a transição de gênero, é frequentemente considerada trivial pelos membros da WPATH, conforme destacam os arquivos.
No entanto, médicos da organização são citados, no documento, discutindo eventos adversos graves em pacientes após tratamento e cirurgias de transição de gênero, incluindo massas hepáticas e câncer, ereções “parecendo vidro quebrado”, doença inflamatória pélvica, dor com orgasmo e sangramento após o sexo.
O relatório também revela casos específicos de cirurgias realizadas por membros da WPATH, como mastectomias, vaginoplastias e anulação genital, práticas que levantam questionamentos sobre a abordagem ética da organização em relação à modificação corporal.
EMPRESA NÃO SE PRONUNCIOU
Até o momento, a organização não negou a autenticidade das comunicações internas vazadas. Também, os membros da WPATH citados no relatório foram aconselhados pela organização a não falar publicamente sobre o documento, indicando possíveis repercussões internas diante da divulgação das comunicações privadas.