O depoimento que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou à Polícia Federal, ontem, foi amplo e abordou os temas da sua delação. Segundo investigadores, ele falou de vacina, de joias e de tentativa de golpe de Estado.
Na prática, Cid robusteceu a colaboração com a PF e corroborou elementos que a investigação alcançou após o acordo ser fechado. As informações são do blog da Camila Bonfim.
Segundo investigadores, Cid afirmou que o entorno de Bolsonaro alvo da operação sobre tentativa de golpe – ex-assessores e militares – e o próprio ex-presidente já tinham sido alertados que não havia fraude em urna eletrônica, e que o sistema era completamente confiável e seguro. Ainda assim, segundo Cid, seguiram se reunindo e tramando golpe.
Quem acompanhou o depoimento diz que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro relatou que, mesmo alertado, o grupo seguiu com narrativas porque desacreditar o sistema era a única forma de embasar o golpe.
As mensagens já públicas do celular de Mauro Cid confirmam, com datas, que apesar de relatórios e reuniões legitimando a segurança das urnas, o discurso continuava e os planos também, como a minuta do golpe e a suspeita de um texto editado pelo próprio Bolsonaro.
Segundo investigadores, Cid também relatou que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, era contra o golpe, conforme já demonstraram mensagens de interlocutores de Bolsonaro, achadas no celular de Cid.